Abastecer o carro com gasolina ou diesel ficou mais caro, enquanto o do etanol ficou mais barato. Levantamento de preços realizado pela ANP (Agência Nacional de Petróleo) mostrou que o preço médio do litro da gasolina subiu de 4,225 reais para 4,257 reais entre a semana encerrada no último dia 12 e o levantamento – finalizado em 5 de maio.
Por Estado, o maior preço médio para a gasolina foi encontrado no Acre, 4,887 reais. A gasolina com menor preço médio por litro foi a de Santa Catarina: 3,898 reais por litro.
No mesmo período, o preço médio do litro do diesel avançou de 3,585 reais para 3,644 reais. O preço médio mais caro foi a do Amapá, 4,558 reais. Já o mais barato foi o do Paraná, por 3,454 reais.
Entre uma semana e outra, o preço médio do litro do álcool caiu de 2,853 reais para 2,802 reais. O etanol mais caro é do Acre (4,064 reais por litro), enquanto o mais barato é o de São Paulo (2,613 reais).
O preço do botijão de gás de 13 kg também ficou menor, passando de 66,97 reais para 66,82 reais. As variações são ainda maiores: enquanto no Mato Grosso o preço médio é de 94,57 reais, na Bahia o valor cai para 57,39 reais.
Etanol deve puxar inflação para o centro da meta
O início da safra de cana tem derrubado os preços de etanol, o que pode limitar, em conjunto com a forte ociosidade, o impacto da alta recente do dólar e do petróleo sobre o custo dos combustíveis para o consumidor, avaliam economistas. Desse modo, apesar da disparada da moeda americana e da tendência de aumento da commodity, os especialistas afirmam que as projeções para a inflação oficial deste ano devem continuar bem abaixo do centro da meta de 4,5%.
As cotações do petróleo, que vem subindo mais intensamente nas últimas semanas, e a escalada do dólar já pressionaram de forma contundente o atacado, como mostra o aumento dos combustíveis e lubrificantes para a produção (0,62% para 8,56%) no IGP-DI (Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna) de abril.
No varejo, a gasolina também já esboçou avanço, como visto, por exemplo, no IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) de abril – reverteu a queda de 0,19% em março e já subiu 0,26%. Já o etanol caiu 2,73%, depois de alta 0,59%.
Segundo os economistas, o etanol anidro pode mitigar o impacto do avanço da gasolina por dois caminhos. Primeiro, porque funciona como substituto em alguns veículos e também porque faz parte, com 27%, da composição da gasolina ofertada nos postos.
A tendência é de que os preços do etanol caiam ainda mais nos próximos meses, refletindo a colheita de cana-de-açúcar, o que tende a limitar os efeitos de elevação da gasolina no varejo sobre a inflação.
A queda do etanol anidro deve se estender até junho, e depois deve ter um período de estabilidade até setembro, o que tende a mitigar o aumento dos preços da gasolina para o consumidor. Além disso, apesar do aumento do custo da gasolina nas refinarias, as distribuidoras têm reduzido suas margens, porque não conseguem repassar o reajuste completamente para as bombas devido à demanda contida.