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Brasil A gaúcha que comanda as eleições 2018 no País

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A ministra Rosa Weber foi chamada de “corrupta” e “salafrária” pelo coronel. (Foto: Fellipe Sampaio/STF)

“Rosa Maria, magistrada há 35 anos. Tenho muito orgulho de ser uma juíza do Trabalho. É essa a minha formação profissional”. Rosa Maria Weber Candiota da Rosa se apresentou assim ao ser sabatinada em 2011, indicada para suceder à ministra Ellen Gracie no STF (Supremo Tribunal Federal).

A então ministra do TST (Tribunal Superior do Trabalho) buscava convencer os senadores de que poderia, no STF, ir bem além das questões trabalhistas. “Que bom se Vossas Excelências entenderem que o meu nome merece aprovação e, assim, eu possa contribuir em um âmbito muito maior”, afirmou.

“A ministra sempre se destacou pela sua discrição e objetividade, tanto em julgamentos, como em audiências. Tem especialidade em Direito e Processo do Trabalho, o que bem se explica pela sua origem (TST), mas também tem se destacado em causas variadas que envolvem temas polêmicos de cunho humanitário, como, por exemplo, neste momento, a questão da autorização judicial para abortos até a 12ª segunda semana de gestação”, diz Guilherme Feliciano, presidente da Anamatra (Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho).

O jornal Folha de S.Paulo publicou neste domingo um amplo perfil da atual presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), a comandante das eleições 2018 no País.

Segundo um procurador eleitoral ouvido pelo Blog do Fred, da Folha, Rosa Weber trabalha bastante, estuda e lê muito. Não é “populista” nem demagoga. É juíza de carreira, ao contrário da esmagadora maioria do STF.

Trajetória

A ministra foi aprovada em primeiro lugar no vestibular para a Faculdade de Direito da UFRGS, em 1967. Concluiu o curso em 1971 como primeira da turma.

Em 2011, foi nomeada ao STF por Dilma Rousseff (PT). “A ministra Rosa Weber teve o apoio de toda a sociedade gaúcha, dos advogados de empresas e de trabalhadores, e das associações empresariais”, diz o advogado gaúcho Flávio Obino Filho, que atua com direito do trabalho empresarial.

Sete anos depois, Rosa Weber comanda a eleição mais radicalizada depois da redemocratização. Profere votos tecnicamente fundamentados e decisões previsíveis, o que é considerado positivo para a segurança jurídica.

Aos senadores, a então presidente do TST se identificou como uma “gaúcha meio candanga” em Brasília. Ela nasceu em Porto Alegre, em 2 de outubro de 1948.

Rosa Weber diz que reencontrou no Planalto Central “o voo rasante dos quero-queros”, ave que faz recordar a infância nos Pampas, fronteira com o Uruguai.

É filha do médico José Júlio Martins Weber (morto em 1980) e da pecuarista Zilah Bastos Pires, que completou 100 anos em 2017, mas não abre mão de votar. Tem dois filhos, Mariana e Demétrio, e dois netos.

“O país é abençoado por ter a ministra Rosa Weber à frente do TSE em uma eleição difícil como esta”, diz o ministro do STF Luís Roberto Barroso.

“É discreta, íntegra e muito preparada, além de ser uma pessoa adorável. Um raio de sol na vida de quem é próximo a ela”, disse Barroso. “Trata-se de uma magistrada com uma dimensão humana e uma capacidade intelectual admiráveis”, diz o ministro do STJ Og Fernandes, que assumiu uma cadeira no TSE.

Em abril deste ano, ela deu o voto decisivo quando o STF autorizou (por 6 votos a 5) a prisão imediata do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Rosa é contrária à execução provisória da pena, mas respeitou o princípio da colegialidade.

O advogado Luiz Fernando Pacheco, que defendeu o ex-presidente do PT José Genoino, diz que Rosa Weber “é uma julgadora experiente e ponderada. Às vezes erra por preciosismos, com consequências muito sérias”.

A ex-corregedora nacional de Justiça Eliana Calmon diz que Rosa Weber “tem consciência de suas limitações, mas tem caráter”. “Ela vai fazer uma administração muito rasa, mas correta, pois tem bons assessores”, prevê.

Sérgio Moro atuou como juiz auxiliar da ministra no STF, em 2012, no período do mensalão. “Foi uma excelente experiência, a ministra é pessoa amável e cordial”, avalia.

Rosa tem uma equipe ampla de auxiliares, com especialidade em diversas áreas.

O juiz Fernando Brandini Barbagalo, do Tribunal de Justiça do Distrito Federal, foi convocado para auxiliá-la. Ele defende o cumprimento de pena após condenação em segunda instância. Ele atuou na operação Caixa de Pandora, que levou à prisão do então governador do DF, José Roberto Arruda (DEM), em 2009.

Rosa convocou ainda o juiz federal Mateus de Freitas Cavalcanti Costa, que trabalhou em Porto Alegre. Tem especialização em direito administrativo e mestrado em criminologia.

O assessor-chefe da ministra, Fábio Luis Furrier, é especialista em direito penal. O chefe de gabinete, Estevão André Cardoso Waterloo, tem mestrado em direito e especialização em direito e processo do Trabalho.

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https://www.osul.com.br/a-gaucha-que-comanda-as-eleicoes-2018-no-pais/ A gaúcha que comanda as eleições 2018 no País 2018-09-09
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