Quinta-feira, 28 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 25 de março de 2018
Recebido por mais protestos em Chapecó (SC), durante a caravana que realiza pela Região Sul do Brasil, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez um discurso inflamado no qual chamou manifestantes contrários a ele de “fascistas”, “nazistas” e “adversários da democracia”.
No final de sua fala, o petista aconselhou centenas de simpatizantes a não ficarem raivosos “com os do lado de lá”, mas fez um alerta. “Nós somos paz e amor, mas não pensem que vão bater nessa face e a gente vai dar essa [a outra] face. A gente vai dar é porrada se não respeitar a gente. Nós não queremos brigas, mas não fugiremos delas”.
“Aprendam, seus fascistas, a fazer democracia, a respeitar a pluralidade, a convivência democrática na adversidade. Porque senão o ódio vai prevalecer e o ódio não conduz uma nação à nada”, declarou o ex-presidente.
Grupos pró e contra Lula entraram em confronto antes do início do comício do ex-presidente, realizado na praça Coronel Bertaso. A Polícia Militar interveio e disparou balas de borracha e bombas de efeito moral.
Reunidos próximo ao local onde Lula discursaria, os manifestantes contrários ao ex-presidente atiraram ovos em direção ao público que aguardava a chegada de Lula.
Lula criticou o método do protesto, dizendo que se os manifestantes “já tivessem passado fome uma vez na vida, não estariam jogando ovo nas pessoas, estariam comendo, fazendo omeletes”. “Vá nas periferias ajudar as pessoas”, orientou, dizendo que há brasileiros passando fome.
“Os fascistas, os nazistas estão tacando ovo na cara do povo, em mulheres, crianças. […] Hoje eles estavam querendo impedir de sair do hotel […] É como se quisessem impedir o melhor da Seleção de jogar”, discursou o petista.
Ao fim do evento, apoiadores acompanharam o petista em caminhada até o hotel em que ele está hospedado na cidade.
Tom de campanha
Pré-candidato do PT à Presidência da República, Lula deu clima de campanha eleitoral ao ato realizado neste sábado em Chapecó, que faz parte da caravana pelo Sul do País iniciada na última segunda-feira (19).
No início de sua fala, Lula ironizou os manifestantes dizendo que achava bom eles soltarem rojões em sua vitória nas eleições. “E com lágrimas caindo pelos olhos pela derrota do candidato deles”, afirmou.
“Não querem que a gente jogue. Querem ganhar? Disputem e ganhem as eleições!”, gritou o ex-presidente, sendo ovacionado pelos apoiadores.
“Essa gente, moleques que nunca precisaram trabalhar na vida, com certeza não passaram no Enem e estão com raiva por isso. Se tivessem o mínimo de dignidade estariam beijando meus pés.”
Mais cedo, ele esteve em Florianópolis (SC), onde exaltou o ex-ministro da Educação e ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), cotado para substitui-lo como candidato em caso de impedimento na Justiça eleitoral por conta da Lei da Ficha Limpa.
Protestos
Na sexta-feira (23), um ato que Lula faria em Passo Fundo teve de ser cancelado em razão de protestos realizados por apoiadores do deputado e presidenciável Jair Bolsonaro (PSL-RJ). Manifestantes queimaram pneus para obstruir a passagem da caravana de Lula.
O ex-presidente e alguns auxiliares mais próximos pernoitaram em um hotel próximo ao aeroporto e seguiram de avião para Florianópolis.
A caravana de Lula enfrentou novos protestos neste sábado (24) em Florianópolis. Militantes de grupos moderados como o Vem Pra Rua e apoiadores de Bolsonaro se reuniram para rechaçar a presença de Lula na cidade.
Durante um comício realizado por milhares de apoiadores que encheram a Praça XV de Novembro no Centro da capital catarinense, Lula disse que os petistas devem retribuir caso sejam agredidos pelos adversários.
“Tem gente se organizando como paramilitar. Tem gente se preparando até para invadir o comício do outro. Quero dizer para essa gente que nós somos da paz. Mas não nos provoquem porque se derem um tapa na nossa cara a gente não vai apenas virar para o lado, a gente vai retribuir até eles aprenderem a viver democraticamente”, disse o petista.
Os grupos contrários e favoráveis ao ex-presidente foram separados por dois cordões da Polícia Militar e, apesar das hostilidades e provocações, não foram registradas agressões.
Depois que a caravana de Lula foi impedida de entrar em Passo Fundo (RS), o ex-presidente e alguns auxiliares mais próximos pernoitaram em um hotel próximo ao aeroporto da cidade e seguiram de avião para Florianópolis.