A Controladoria-Geral da União (CGU) planejou para 2019, o primeiro ano do governo Bolsonaro, uma auditoria no plano em vigor. Uma opção de consultoria foi discutida com o Ministério da Justiça e acabou sendo o caminho adotado, como registra a CGU num documento de 25 páginas que detalha as conclusões deste processo.

O trabalho contou com integrantes da CGU e do Ministério da Justiça e fez críticas ao trabalho desenvolvido na gestão anterior. “O plano padecia das mesmas fragilidades dos planos anteriores: generalidade, desalinhamento entre objetivos da política e do plano, carteira numerosa de projetos e ausência de elementos gerenciais mínimos”, cita o documento.

O grupo elencou seis falhas no Plano Nacional de Segurança Pública: dissociação entre instrumentos e orçamento do ministério, falta de consulta aos estados, metas locais ignoradas pelo plano nacional, inexistência de gerenciamento de riscos, baixa execução orçamentária do programa destinado a ações de segurança pública e falta de avaliação sobre êxito na transferência de recursos para estados e Distrito Federal. A CGU deixou o trabalho de consultoria em agosto de 2019. A revisão do plano caberá exclusivamente ao Ministério da Justiça.

A pasta diz que os projetos próprios apresentados pela gestão de Moro na área estão “alinhados” ao que estabelece o plano nacional editado na gestão anterior. O ministro tenta fazer deslanchar, por exemplo, o programa “Em Frente, Brasil”, com ações de segurança localizadas em municípios escolhidos para um projeto-piloto. Ao todo, o ministério aponta 12 projetos que estão “alinhados” com o plano, como vigilância da fronteira, estruturação do Susp para financiar transferências fundo a fundo e padronização de presídios. A outros 20 projetos foi dada continuidade, segundo a pasta, como um programa de redução das mortes no trânsito e a criação de unidades de combate à corrupção nas polícias civis.