A companhia aérea Gol anunciou na segunda-feira (11) que suspendeu temporariamente, por “liberalidade”, o uso do modelo 737 MAX 8, da Boeing, após dois acidentes com aeronaves do mesmo modelo. A empresa mantém sete aeronaves 737 MAX 8 que operam em rotas para os Estados Unidos, América do Sul e Caribe, preferencialmente. A suspensão, informada previamente à Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), começou a valer às 20h de segunda-feira.
No domingo (10), a queda de um avião da Ethiopian Airlines deixou 157 mortos e foi o segundo acidente em 5 meses envolvendo um 737 MAX 8, que é a versão mais recente do avião comercial mais vendido no mundo. No fim de outubro de 2018, 189 pessoas morreram em um voo da indonésia Lion Air.
Ao longo da segunda-feira, os pilotos que estavam escalados para operar o 737 MAX 8 foram comunicados de que seriam transferidos para voos de outras aeronaves. A companhia também suspendeu a venda de voos que utilizariam o modelo – eles sairiam de Brasília (DF) e Fortaleza (CE) e iriam até Miami e Orlando, nos Estados Unidos.
A Gol informou que os clientes com viagens previstas nas aeronaves 737 Max 8 serão comunicados e reacomodados em voos da empresa ou de outras companhias aéreas. “A central também permanece à disposição pelo telefone 0800 704 0465. A empresa continuará operando os destinos internacionais de longo curso com os aviões Boeing 737 NG, sem previsão de cancelamento na malha”, afirmou a companhia aérea.
A empresa afirma que, desde junho de 2018, já realizou 2.933 voos com o Boeing 737 Max 8, “totalizando mais de 12.700 horas, com total segurança e eficiência”. As ações da empresa recuaram 2,59% nesta segunda-feira.
Antes de informar que iria suspender o uso do modelo, a Gol divulgou uma nota na qual afirmava estar acompanhando as investigações e que mantinha “contato próximo com a Boeing para esclarecimentos”.
Na segunda, a FAA informou a 59 companhias aéreas no mundo que operam as versões MAX do 737, entre elas a Gol, que não há, até o momento, relação entre o acidente da Etiópia e o da Lion Air. Ainda assim, ajustes terão que ser feitos nesse modelo de avião.
Suspensão pelo mundo
As autoridades de aviação da China e da Indonésia também ordenaram na segunda que as companhias aéreas suspendessem a utilização dos aviões. A Ethiopian Airlines, Cayman Airways (das Ilhas Cayman), Comair (África do Sul) e Royal Air Maroc (Marrocos) anunciaram que também interromperam a utilização desse modelo após o acidente. Segundo a Boeing, 350 aeronaves do modelo são operadas por cerca de 50 empresas no mundo.
Já a Agência Europeia de Segurança Aeronáutica (EASA) anunciou na tarde desta terça-feira (12) que estão proibidos os voos do Boeing 737 Max 8 e Max 9 em todo o espaço europeu dos 32 países membros da instituição, incluindo Portugal. A decisão surge depois de alguns dos maiores países da Europa, como Alemanha, França e Reino Unido decidirem suspender de forma unilateral o uso do modelo de aeronave, que se envolveu em um acidente neste domingo (10) na Etiópia, vitimando todos os 157 ocupantes a bordo.