Quarta-feira, 27 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 24 de maio de 2018
Os caminhoneiros entraram nesta quinta-feira (24) no quarto dia de manifestações contra o preço elevado dos combustíveis. Na noite de quarta-feira (23), o presidente da Petrobras, Pedro Parente, anunciou uma redução de 10% no valor do diesel nas refinarias por 15 dias. A decisão, segundo ele, busca contribuir com uma possível trégua no movimento da categoria.
Em Brasília, há registros de postos fechados, com estoque de combustível zerado. Em São Paulo, o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do estado, José Alberto Paiva Gouveia, informou que, desde o início de quarta-feira (23), os postos de abastecimento do Estado não receberam combustível, e há estoque para operar só por até três dias. No Rio de Janeiro, de acordo com o Sindcomb (Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis do Município), ao menos metade dos postos da capital estará, nesta quinta-feira, sem algum dos três combustíveis: gasolina, diesel ou etanol.
Ainda no Rio, os produtos comercializados nas Ceasa (Centrais de Abastecimento), principal centro de distribuição de hortifrutigranjeiros no estado, já registram grande alta de preços. Em São Paulo, a Apas (Associação Paulista de Supermercados) informa que as paralisações já causam desabastecimento nos supermercados, em especial nos itens de frutas, legumes e verduras, que são perecíveis e de abastecimento diário.
Rio Grande do Sul
O presidente da Agas (Associação Gaúcha de Supermercados), Antônio Cesa Longo, informa que desde a quarta-feira (23) agravaram-se os problemas de abastecimento de mercadorias para supermercados gaúchos em decorrência da paralisação dos caminhoneiros em todo o Brasil.
O dirigente salientou, entretanto, que os supermercados possuem um estoque médio de segurança de 15 dias nos produtos não perecíveis, em que se enquadram itens de mercearia (massas, biscoitos, grãos, leite, açúcar, bebidas, farináceos, matinais, condimentos, doces, bomboniere, etc.), higiene e beleza, limpeza, bazar e não alimentos em geral. “Com relação a estes produtos, não há risco de desabastecimento para o consumidor final em um curto prazo”, destaca Longo.
A situação mais preocupante recai sobre os perecíveis, que não são estocados pelos supermercados por seu curto prazo de shelf life. “A partir dos próximos dias, se a situação não se normalizar, poderá haver desabastecimento em itens de hortifrúti, carnes, frios e laticínios refrigerados, por exemplo”, explica o presidente da Agas. Segundo Longo, os problemas vão aumentar gradativamente, à medida que os supermercadistas não conseguirem repor as mercadorias vendidas nas lojas do setor.
O presidente da Associação conclui informando que os supermercados gaúchos recebem diariamente quatro milhões de consumidores em suas lojas, espalhadas por todos os municípios do Estado. “Reconhecemos a legitimidade do pleito dos caminhoneiros e somos favoráveis ao direito de livre manifestação, mas esperamos que o poder público chegue a um acordo com a categoria, no menor prazo possível, para que os consumidores e contribuintes brasileiros não sejam prejudicados”, finaliza.