Domingo, 22 de dezembro de 2024
Por Cláudia Fachin | 6 de outubro de 2021
De acordo com dados do INCA (Instituto Nacional de Câncer), já foram registrados mais de 66 mil casos de câncer de mama apenas em 2021 no Brasil, sendo que aproximadamente 18 mil resultaram em morte. É importante ressaltar que este tipo de câncer é o mais comum no país e também o que mais acomete mulheres, por isso merece atenção e cuidados preventivos redobrados.
Fatores comumente associados ao câncer da mama podem ser divididos em não-modificáveis e modificáveis. Os fatores não modificáveis tratam de questões hormonais e herança genética, como a presença de BRCA 1/2. Já os fatores de risco modificáveis se referem principalmente aos hábitos de vida sendo passíveis de mudança, como má-alimentação e sedentarismo. Esse último, juntamente com o excesso de peso, é responsável por 25% dos casos de câncer no mundo, além de estar ligado a outros inúmeros problemas de saúde, como doenças cardiovasculares e cerebrovasculares, diabetes, depressão e enfraquecimento ósseo.
Bourke et al (2013), em uma revisão da Cochrane, afirma que a grande maioria dos indivíduos com câncer são sedentários, e que diversos ensaios clínicos comprovam que a atividade física gera resultados positivos na qualidade de vida dos pacientes, assim como redução da fadiga, melhora das capacidades funcional e psicológica e diminuição do risco de morte pelo câncer.
Com o crescente número de evidências, as principais organizações de saúde (e.g., American Cancer Society; National Comprehensive Cancer Network) passaram a recomendar o exercício como essencial para os pacientes com câncer de mama. A American Cancer Society (ACS), por exemplo, afirma que mulheres fisicamente ativas têm 10 a 20% menos risco de câncer de mama do que mulheres que são inativas. Essa redução está associada com quantidades crescentes de exercícios e também atividades mais vigorosas, o qual identificou redução de 14% no risco de câncer de mama em mulheres que caminhavam mais de sete horas por semana, quando comparadas a mulheres que caminhavam menos de três horas por semana.
Ou seja, está comprovado cientificamente que a atividade física reduz o risco de câncer de mama e melhora as respostas imunes. Outro ponto a que merece destaque é que os exercícios aeróbicos podem reduzir o estresse em pessoas ativas durante o tratamento, com melhor resposta ao mesmo, promovendo melhor convívio com efeitos adversos, além de agir na manutenção da forma física, evitar a perda de massa muscular e ganho de tecido adiposo, reduzindo fadiga e deterioração da qualidade de vida.
Vale destacar que a atividade física, em qualquer nível, no pós-diagnóstico também é capaz de reduzir a mortalidade nas pacientes com câncer de mama em aproximadamente 30%, especialmente nas pacientes acima de 50 anos.
E que tipos de exercícios são efetivos?
A American Cancer Society (ACS) recomenda sessões de 45-60 minutos em pelo menos cinco dias da semana, sem descrever um tipo específico de exercício, mas que se enquadre dentro da intensidade minimamente moderada.
É importante levar em consideração a elaboração do plano de exercícios por um profissional qualificado, onde deverá ser levado em conta a individualidade do aluno, como sua frequência, duração, volume e intensidade, tendo a segurança para efetivação dos exercícios. Nunca é tarde para (re)começar.
Claudia Fachin
Educadora Física
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