Sexta-feira, 15 de novembro de 2024
Por Richard Sacks | 28 de setembro de 2022
O voto em um país democrático deveria ser um direito do cidadão, não uma obrigação. Quando obrigamos, os frutos colhidos são ruins. Vemos isso numa péssima representação no Legislativo e no grande número de abstenções e de votos nulos e brancos nas últimas eleições.
O eleitor fica perdido diante de inúmeros partidos sem claras linhas de atuação e posicionamento ideológico. Encanta-se com falácias que suprem suas esperanças, e essa carência do representado gera fragilidade, que influi na escolha, que nem sempre seria a melhor. Na maioria das vezes, os discursos de palanque são abandonados, promessas são esquecidas e o eleitor decepcionado perde a confiança nos políticos. Aliado a isso, no momento há também uma intensa polarização entre os principais candidatos, e muitos buscarão manifestar seu descontentamento no voto nulo ou em branco.
De algum modo, associam a abstenção à absolvição de qualquer culpa ou responsabilidade pelo que acontecer ao país. Lavam e enxáguam as mãos na torneira do voto em branco, sem perceber ou se importar que mesmo assim sua manifestação nas urnas vai eleger e favorecer um dos candidatos. Esse voto tem gravíssimas consequências!
Por isso, é muito preocupante saber que, enquanto os eleitores mais convictos são perfeitamente capazes de votar em alguém, eleitores não convictos optam por uma omissão que coloca toda a sociedade sob o risco de ficar a ela submetida.
O voto de cada um é a maior contribuição do cidadão para a causa do país onde vive. É momento de grande responsabilidade, pois cada um deveria fazer um exercício de escolha dos melhores candidatos, independentemente de viés ideológico, fazendo-se representar por pessoas de ilibada reputação, fichas-limpas, não envolvidas em crimes ou corrupção e com passado que as recomende. O eleitor deve se sentir representando e escolher um político que venha a defender os seus interesses, os de sua família, de sua comunidade, e seus valores.
Deve o eleitor fazer detida análise dos candidatos, mas evitar votar em branco ou anular seu voto, pois esse posicionamento é lamentável, principalmente, se você tem um pouco preocupação com o futuro do país. Escolha um candidato e vote de acordo com a sua consciência. Isso é exercício da cidadania e a forma de cada eleitor contribuir para o futuro de todos. Assuma a responsabilidade, a hora é agora, depois não adianta reclamar.
Richard Sacks, empreendedor e associado do IEE (Instituto de Estudos Empresariais)