Sábado, 28 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 29 de outubro de 2018
Sites de veículos de imprensa de diversos países noticiaram a vitória de Jair Bolsonaro nas eleições presidenciais do Brasil, neste domingo (28). Veja a seguir como o resultado foi divulgado por alguns deles.
“Bolsonaro vence Fernando Haddad em uma das campanhas políticas mais polarizadas e violentas da história do Brasil”, destaca o site americano CNN, que ainda chama o capitão de “Trump do Brasil”.
A comparação também é feita pela BBC de Londres, que publicou uma matéria com o título: “Seria Bolsonaro o Trump dos Trópicos?”. O texto faz um paralelo com as falas do novo presidente consideradas racistas, homofóbicas e misóginas — tom parecido com do presidente americano. Ressaltando até que Ciro Gomes chegou a chamá-lo de “aspirante a Hitler”.
A revista liberal “The Economist”, que chegou a publicar uma capa chamando Bolsonaro de ameaça, começa seu texto sobre a vitória com a sucinta frase: “Os brasileiros fizeram uma péssima escolha”. O texto aponta que Bolsonaro é um “apoiador de ditadores e de armas, que incita a polícia a matar suspeitos, que ameaça banir oponentes e diminui as mulheres, os negros e os gays”. Em seguida, o site da revista explica como o PT colaborou para o crescimento do PSL, pelos escândalos de corrupção, pelo desejo de se manter no poder e pela depressão econômica que caiu nos últimos anos em que estavam no poder.
O jornal americano “New York Times” diz em sua primeira página que “Jair Bolsonaro, populista de extrema-direita, é eleito presidente do Brasil” e destaca que, após eleger dirigentes esquerdistas em quatro eleições seguidas, os brasileiros optaram por um novo rumo radical para a maior nação da América Latina.
Também nos EUA, o “Wall Street Journal” adota um tom parecido, sob o título “populista de extrema-direita ganha eleição presidencial no Brasil”, e afirmando que Bolsonaro pode ser incluído às crescentes fileiras de populistas em todo o mundo e que sua eleição inclina a maior nação da América Latina nitidamente para a direita. O jornal também disse que a eleição pôs fim a uma das campanhas mais turbulentas da história recente do Brasil e lembrou que Bolsonaro defendeu o período de ditadura militar, mas prometeu abrir as portas para uma nova era de ordem e progresso.
O jornal espanhol “El Mundo” noticiava que o Brasil, que tem sua sociedade “profundamente polarizada” escolheu dar a presidência a um “ultradireitista” em “suas eleições mais importantes dos últimos trinta anos”. “Os brasileiros endossaram nas urnas ao candidato do PSL, de perfil autoritário, neoliberal, que flerta com o militarismo”.
“Segundo alguns analistas, o discurso incendiário dado pelo ex-capitão do Exército no domingo passado, no qual ele mandava ‘para prisão ou exílio’ os opositores que não obedecessem às suas normas, assustou seus eleitores mais democratas”, diz o diário conservador.
O “El País”, outro jornal espanhol, também destacou a eleição de um “ultradireitista” para a presidência do Brasil. “Com esse estilo de homem duro que chama as coisas pelo seu nome que tanto triunfa nestes tempos (veja o Trump americano, o Orban húngaro, o Putin russo, o Duterte filipino, o Erdogan turco …), este capitão nostálgico da ditadura, na reserva desde o final dos anos 1980, conseguiu capitalizar a indignação que embarga muitos dos brasileiros, o desencanto de sempre com a classe política, a raiva com a corrupção que come todos os partidos; um enfado generalizado de que se aproveitou Bolsonaro, apresentando-se como exemplo de limpeza.
Os dois principais jornais franceses deram manchete para a eleição de Jair Bolsonaro. O “Le Monde” escolheu como título “Eleição no Brasil: o presidente eleito Jair Bolsonaro promete ‘mudar o destino’ do país”. Afirmando que o presidente eleito encarnou o candidato antissistema, o jornal listou preocupações com segurança e corrupção como principais razões para sua vitória.
Já no “Le Figaro”, foram quatro reportagens, sendo a principal resumida a “Jair Bolsonaro eleito presidente do Brasil”. Abaixo, outras notas falam que o Brasil é um novo exemplo de populismo – citando os exemplos de Estados Unidos, Filipinas e México -,sobre a importância do voto evangélico para o presidente eleito e sobre a ditadura e a democracia no país.
O jornal britânico “Guardian” informa que o “direitista Bolsonaro se tornará o próximo presidente do Brasil”, diz que o ex-militar aproveitou uma onda de frustração pela corrupção e pelo crime que trouxe uma dramática guinada à direita na quarta maior democracia do mundo.