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Geral A inflação no Brasil vem caindo consistentemente, mostra o Relatório de Inflação do Banco Central de dezembro

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País tem uma inflação acumulada de 4,50% em 12 meses. (Foto: Freepik)

A inflação no Brasil vem declinando consistentemente, mostra o Relatório de Inflação do BC (Banco Central) de dezembro. A inflação subjacente, que capta movimento dos preços de bens mais afetados pelo ciclo econômico, está dentro do intervalo da meta (4,27%). E, mais surpreendente, a média móvel trimestral anualizada dos núcleos de inflação, com ajuste sazonal, encostou na meta de 3% pela primeira vez em três anos (desde novembro de 2020). Ao longo do trimestre encerrado em novembro, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) foi menor do que o BC projetava em todos os meses. Em um ano, foi 0,42 ponto percentual menor – a autoridade monetária, antes, errara em geral para menos em suas estimativas.

O cenário é benigno, mas ainda assim as expectativas inflacionárias estão desancoradas, segundo o BC, e o ajuste até atingir a meta será mais longo. Os analistas do Focus previram inflação de 3,93% no próximo ano e de 3,5% em 2025. O cenário de referência do BC ratifica a expectativa para 2024, mas dela difere em 2025, para o qual considera mais provável um IPCA de 3,2%. Ambos consideram na projeção uma política fiscal que foi expansionista em 2023 e levam em conta a preocupação de que o governo a mantenha caminhando na contramão da política monetária no ano que vem.

Alguns fantasmas que influíram para aumentar as incertezas das projeções parecem ter desaparecido. A economia cresceu ao longo do ano sistematicamente mais do que previram analistas privados e BC e, ainda assim, não esgotou sua capacidade ociosa, expressa pelo hiato do produto, que indica o quanto a atividade econômica precisa crescer ou desacelerar para atingir seu potencial. O hiato do produto foi reestimado de -0,8 para -0,6 no último trimestre do ano. Se com toda a expansão de 3% houve folga de capacidade, com a desaceleração prevista para o ano que vem (1,7%), também não deverá ocorrer um aumento brusco dela. O BC projeta um hiato de -0,7 para o último trimestre de 2024.

As projeções de inflação foram baixistas no ano, estão estáveis em 2024 e com pequena elevação em 2025. O que deve pressionar o IPCA no curto prazo são os efeitos do El Niño sobre a safra agrícola, com prováveis aumentos dos preços dos alimentos. Em fevereiro, o índice deve sentir os efeitos do aumento do ICMS sobre combustíveis, após a estabilidade até dezembro decretada no governo de Jair Bolsonaro.

Em contraposição, o cenário externo, apesar das incertezas, é “menos adverso”, segundo o BC. Parece haver poucas dúvidas agora de que as taxas de juros nos EUA e Europa, as maiores em quatro décadas, atingiram seu pico e podem iniciar trajetória inversa no primeiro semestre do ano. As condições financeiras tornaram-se menos restritivas, depois que na reunião do Federal Reserve americano seus membros estimaram pelo menos três cortes de juros em 2024.

Condições financeiras menos restritivas favoreceram também o Brasil. Segundo o BC, as variáveis que integram o cálculo dessas condições apontaram nessa direção, como as quedas dos juros futuros domésticos e no exterior, do índice de risco (VIX), do risco país e do preço do petróleo, além da apreciação do real, desvalorização do dólar global e alta das bolsas no país e no exterior.

Nem todos esses componentes influem na inflação, mas alguns contribuíram para a queda do IPCA. A redução dos preços das commodities em geral, puxada pelo petróleo (-11%), levou à queda de 5,8% em dólar do IC-Br no trimestre findo em novembro e foi potencializada pela valorização do real, atingindo 6,3%. A queda do petróleo permitiu redução do preço dos combustíveis, com reflexo baixista nos preços em geral. Os preços industriais recuaram no trimestre até novembro e a inflação subjacente de serviços subiu um pouco, mas em 12 meses (4,37%) se aloja no intervalo da meta.

O BC fez revisão marginal para o PIB do ano que vem, de 1,8% para 1,7%. Um dos fatores mais relevantes para a desaceleração virá do setor externo, cuja contribuição para o crescimento de 3% em 2023, de 1,9 ponto percentual, passará a ser negativa em 2024 (-0,2 ponto). Na economia morna do ano que vem, o BC vê perda de fôlego da agricultura e serviços, na oferta, e do consumo das famílias, do governo e das exportações líquidas, na demanda. Os investimentos devem crescer pouco (1%), assim como a indústria (1,7%).

Sem grande ímpeto na economia, o IPCA deverá cair para abaixo de 4% já no primeiro trimestre do ano, para só encostar na meta no primeiro trimestre de 2025 (3,1%). O BC não mostra intenção de aumentar o ritmo de cortes da Selic, embora esse seja um cenário possível. Os juros reais continuarão altos até o fim. Uma tabela divulgada pelo BC mostra que se a expectativa de a taxa básica cair a 8,5% no fim de 2025 se concretizar, ela ainda será a mais alta de 13 países comparados, e só inferior à da Rússia e da Ucrânia.

O juro real (descontada a inflação) encerrará 2023 em 6,2%, e 2024 em 5,2%. Em 2025 e 2026, o BC o estima em 4,8%, acima da taxa neutra, elevada a 4,5%. O ciclo de aperto se encerraria com a Selic perto de 7,75%. Se o governo não inovar e levar a sério o novo regime fiscal, estarão dadas as condições para acelerar os cortes de juros. Há um cenário favorável no curto prazo a ser aproveitado. As informações são do jornal Valor Econômico.

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