Quarta-feira, 08 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 8 de fevereiro de 2019
O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), considerado a inflação oficial do País, de janeiro foi de 0,32%, acima dos 0,15% de dezembro. Em janeiro de 2018, o índice tinha sido de 0,29%. O IPCA acumulado em 12 meses ficou em 3,78%, pouco acima dos 3,75% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (08) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Grupos
Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, apenas Vestuário (-1,15%) apresentou deflação de dezembro para janeiro. A maior variação positiva ficou com alimentação e bebidas (0,90%), que apresentou também o maior impacto no índice do mês, 0,22 ponto percentual. A segunda maior alta ficou com despesas pessoais (0,61%), cuja contribuição foi de 0,07 p.p. Juntos, os dois grupos responderam por cerca de 90% do índice do mês. Os demais grupos ficaram entre o 0,02% de Transportes e o 0,32% de Artigos de residência.
O grupo alimentação e bebidas acelerou de dezembro para janeiro, ao passar de 0,44% para 0,90%, contribuindo para elevar o IPCA no mês. O grupamento da alimentação no domicílio subiu 0,97% em janeiro, especialmente em função das altas nos preços do feijão-carioca (19,76%), da cebola (10,21%), das frutas (5,45%) e das carnes (0,78%). O leite longa vida, após cinco meses consecutivos de quedas, subiu 2,10%, contribuindo com 0,02 p.p. no IPCA de janeiro. No lado das quedas, verificou-se redução expressiva nos preços do tomate (-19,46%), o que ajudou a conter a alta dos itens alimentícios.
A alimentação fora também acelerou e subiu 0,79%, frente à alta de 0,33% em dezembro. O destaque ficou com as altas do lanche, que passou de 0,72% para 0,91%, e da refeição, que atingiu 0,90%, quando havia registrado 0,08% no mês anterior.
As despesas pessoais, por sua vez, apresentaram alta de 0,61% no IPCA do mês, acelerando em relação à variação de 0,29% observada em dezembro. Contribuíram para esse resultado a alta de itens como excursão (6,77%) e hotel (1,06%) e de alguns serviços como manicure (0,85%) e cabeleireiro (0,69%).
Nos transportes, após a deflação de 0,54% em dezembro, observou-se leve alta em janeiro, de 0,02%. Embora os combustíveis (-2,09%) tenham caído pelo terceiro mês consecutivo, essa queda foi menos intensa que a do mês anterior (-4,25%). Ainda assim, o maior impacto individual no índice do mês (-0,11 p.p) veio da gasolina (-2,41%).
À exceção da região metropolitana de Salvador, que registrou alta de 1,50% no preço desse combustível, as demais áreas apresentaram quedas que variaram entre os -5,98% de Aracaju e os -0,31% da região metropolitana do Rio de Janeiro. O etanol e o óleo diesel também caíram: -0,75% e -1,61%, respectivamente. Além disso, as passagens aéreas, que haviam subido 29,12% em dezembro, caíram 3,59% em janeiro, com impacto de -0,02 p.p.
A maior contribuição positiva no grupo dos transportes ficou com os ônibus urbanos (2,67% e 0,07 p.p.), por conta de reajustes nas tarifas em cinco das dezesseis regiões pesquisadas durante o período de referência da pesquisa.
Perspectivas para 2019
Para 2019, os analistas das instituições financeiras diminuíram a expectativa de inflação de 4% para 3,94%, segundo a última pesquisa “Focus” do Banco Central. Essa foi a terceira queda seguida do indicador e, também, foi a primeira vez que o mercado estimou que o IPCA ficará abaixo de 4% neste ano.
A meta de inflação é fixada pelo CMN (Conselho Monetário Nacional). Para alcançá-la, o Banco Central eleva ou reduz a taxa básica de juros da economia (Selic), que foi mantida esta semana pela sétima vez seguida em 6,5% ao ano. A meta central deste ano é de 4,25%, e o intervalo de tolerância do sistema de metas varia de 2,75% a 5,75%.
Para 2020, o mercado financeiro manteve em 4% sua estimativa de inflação – em linha com a meta central, que também é de 4% para o próximo ano. No ano que vem, a meta terá sido oficialmente cumprida se a inflação oscilar entre 2,5% e 5,5%.