Todas as pessoas que conhecem o mínimo de economia sabem que o primeiro passo rumo ao controle das finanças é criar a chamada “reserva de emergência” para eventuais necessidades. A administração de Porto Alegre está longe disso e mais uma vez precisou receber ajuda solidária do setor privado.
A previsão orçamentária, aprovada pela Câmara de Vereadores em 2019, era do gasto de até R$ 35 milhões em publicidade no decorrer de 2019. No entanto, já em fevereiro de 2017, o Ministério Público Estadual e o Ministério Público de Contas já tinham recomendado que se evitassem despesas com publicidade oficial do Poder Executivo enquanto perdurasse a crise. Ignorando as recomendações, e mais uma vez gastando o dinheiro do cidadão de uma maneira irresponsável, a prefeitura de Porto Alegre gastou cerca de R$ 35 milhões na campanha “POA pra frente, POA pra gente”. Importante frisar que algumas dessas propagandas aconteceram fora do estado, com a justificativa de atrair investimentos para a cidade.
Neste ano, um evento sem precedentes assola a capital gaúcha, o coronavírus. A união de Gerdau, Ipiranga, Grupo Zaffari, Brasil ao Cubo e Hospital Moinhos de Vento, em 35 dias, construiu um anexo ao Hospital Independência oferecendo inicialmente 62 leitos à cidade e gerando 100 novos empregos ao custo de R$ 10,4 milhões – lembrando que não obtiveram incentivos fiscais ou contrapartidas futuras.
A grande questão é a atitude irresponsável que as gestões públicas de Porto Alegre estão apresentando. As empresas privadas responsáveis pela criação do hospital de campanha também tinham suas parcelas do valor programadas para investimentos em suas empresas, mas, graças às boas gestões, puderam realocar os investimentos em prol da solidariedade. O melhor investimento para atrair empresas e mão de obra qualificada a Porto Alegre não é investir em propagandas, mas, sim, reduzir os gastos, controlar as finanças, reduzir o tamanho da máquina pública e dar liberdade aos indivíduos.
Anderson Pavei – empresário e associado IEE