A injeção com o vírus da herpes geneticamente modificado pode ser a cura para o melanoma, tipo mais perigoso de câncer de pele. Pesquisa publicada na revista científica Journal of the American College of Surgeons constatou que a injeção efetivamente tratou cerca de 40% dos pacientes com tumores que não puderam ser removidos cirurgicamente. O vírus induz as células do sistema de defesa do corpo a atacar o câncer em fase de metástase – quando ele está se espalhando pelo corpo. As informações são do jornal O Globo.
Descobertas
“Nossas descobertas no mundo real imitam o que os ensaios clínicos encontraram anteriormente”, disse o oncologista David Ollila, um dos autores da pesquisa e membro do departamento de cirurgia da Universidade da Carolina do Norte, nos Estados Unidos.
“Abre-se um novo mundo, agora, nas pesquisas sobre melanoma metastático. Em vez da tradicional quimioterapia citotóxica, que não apenas mata as células cancerosas, mas também mata as células normais, estamos estimulando o sistema imunológico a atacar especificamente as células cancerígenas.”
Estágio avançado
Os pesquisadores avaliaram 80 pacientes adultos tratados durante três anos, prazo terminado em 1 de outubro de 2018. A Food and Drug Administration – agência norte-americana paralela à Anvisa – aprovou a injeção chamada TVEC em 2015 para o tratamento de melanoma metastático em estágio avançado.
Efeitos colaterais
O TVEC é um vírus da herpes geneticamente modificado para aumentar a resposta imunológica específica do tumor. Ele é injetado diretamente no tumor, que se encontra na pele. A aplicação pode ser feita no consultório ou na clínica do médico, e o paciente pode sair imediatamente depois, sem os efeitos colaterais graves da quimioterapia ou de outros medicamentos contra o câncer que atuam no sistema imunológico – responsável pela proteção do corpo.
O fator estimulador envia um alerta que atrai as células de proteção do corpo que circulam pelo sangue. Elas migram para o tumor, induzindo o sistema de defesa do corpo a matar as células do câncer.
Resposta local completa
Os pesquisadores descobriram que 39% dos participantes tiveram uma resposta local completa ao uso da injeção, e 18% tiveram uma resposta parcial.
“É muito difícil ignorar uma taxa de resposta de 39%”, disse Ollila.