As respostas evasivas de Hugo Motta (Republicanos-PB) sobre o projeto de lei que prevê anistia aos envolvidos nos atos extremistas do 8 de Janeiro têm desagradado a bancada do PL.
Nome favorito de Arthur Lira (PP-AL) para sucedê-lo na Presidência da Câmara, Motta não se comprometeu a pautar o tema e nem trazer votos a favor da anistia. Os bolsonaristas, porém, vão cobrá-lo enfaticamente a apoiar o projeto e trabalhar por sua aprovação.
Motta tem tentado se equilibrar entre os petistas, que querem enterrar a anistia, e os deputados do PL, que defendem a medida. Os dois partidos oficializaram apoio a ele na disputa para presidência da Câmara. Por ora, o candidato diz que, se for eleito, vai discutir no colégio de líderes a questão de pautar o tema no plenário.
A posição em cima do muro tem irritado membros do PL, já que o partido declarou apoio a Motta. Na semana passada, em busca do apoio do PT, Arthur Lira criou uma comissão especial para analisar a anistia, o que atrasou a tramitação da proposta. A medida teve o aval de Jair Bolsonaro, que pretende usar o colegiado para expor familiares de presos pelo 8 de janeiro.
Aliados de Motta têm defendido que ele se comprometa em pautar a anistia no plenário da Casa, se o tema ainda não estiver pacificado até sua eventual gestão. Alertam o deputado, no entanto, a não se comprometer em buscar ou derrubar votos sobre a anistia.
PDT e PSB
A três meses da eleição na Câmara, o PDT e o PSB oficializaram nessa terça-feira (5) o apoio à candidatura do líder do Republicanos, deputado Hugo Motta (PB), à sucessão na Câmara.
Os anúncios representam mais um revés à intenção do líder do União Brasil, Elmar Nascimento (BA), de se manter na disputa, uma vez que as duas siglas estavam apalavradas com ele, mas desistiram após um movimento em massa de apoio a Hugo Motta, que veio com PT e PL. Mais cedo, a federação PSDB-Cidadania também declarou apoio ao deputado do Republicanos.
A reunião do PDT contou com a presença de Motta, do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do ministro da Previdência, Carlos Lupi, presidente licenciado do PDT.
Ao anunciar apoio ao candidato do Republicanos, o líder do PDT na Câmara, Afonso Motta (PDT-RS), lembrou que o partido inicialmente apoiaria a candidatura de Elmar, mas que agora vai apoiar Motta porque a legenda considera que Elmar não vai disputar. O deputado do União ainda não anunciou apoio a Motta porque ainda negocia com ele os cargos que o partido terá na Câmara.