Segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 11 de novembro de 2024
Quando uma conversa é iniciada, o WhatsApp troca automaticamente as chaves públicas entre os dispositivos dos participantes.
Foto: ReproduçãoA Meta AI, a inteligência artificial da Meta – empresa que é dona do WhatsApp, do Facebook e do Instagram – foi lançada no Brasil em outubro deste ano e, desde então, vem gerando curiosidade e dúvidas.
É que a principal dúvida dos usuários é se a IA consegue ler as conversas no WhatsApp e usar os dados para outras funcionalidades.
Como funciona
A Meta AI foi anunciada em setembro de 2023 com o objetivo de integrar funcionalidades de IA a todos os aplicativos da companhia. Ou seja, ela serviria como um grande chatbot esperto, como o ChatGPT, não apenas para o WhatsApp, mas também para Instagram, Facebook e Messenger.
Para isso, a Meta AI utiliza como “cérebro” um grande modelo de linguagem (LLM) criado pela companhia de Mark Zuckerberg, chamado Llama 3.2. Segundo a companhia, o Llama foi “alimentado” com um conjunto de dados massivo e diversificado, incluindo trilhões de palavras de páginas da web, repositórios de código aberto, livros e artigos científicos, além de informações de páginas da web. Tudo isso é feito para que a IA aprende padrões de linguagem para oferecer informações relevantes e confiáveis.
Isso já fazia com que a Meta AI apresentasse um bom nível de funcionamento antes mesmo de chegar ao WhatsApp. No entanto, há limitações para coletar os dados do aplicativo de troca de mensagens, que são diferentes das apresentadas na coleta de dados do Instagram ou do Facebook.
Criptografia e privacidade
A criptografia, que é um mecanismo de segurança que assegura a privacidade das comunicações entre os usuários, é elemento importante nisso. Desde abril de 2016, o aplicativo implementa a criptografia de ponta a ponta em todas as formas de comunicação, incluindo mensagens de texto, chamadas de voz, videochamadas e compartilhamento de arquivos.
De acordo com a Meta, ao instalar o aplicativo, ele gera um par de chaves criptográficas exclusivo para o celular em questão: uma chave pública e uma chave privada. A chave pública é compartilhada com os contatos, enquanto a chave privada permanece armazenada no dispositivo do usuário.
Quando uma conversa é iniciada, o WhatsApp troca automaticamente as chaves públicas entre os dispositivos dos participantes. Ao enviar uma mensagem, o aplicativo criptografa o conteúdo no dispositivo do remetente usando a chave pública do destinatário. A mensagem criptografada é transmitida pelos servidores do WhatsApp até o dispositivo do destinatário. Durante o percurso, o conteúdo permanece inacessível a terceiros, incluindo o próprio WhatsApp. Ao receber a mensagem, o dispositivo do destinatário utiliza sua chave privada para descriptografá-la.
Resumindo: sua mensagem fica ilegível para qualquer um, tanto para o WhatsApp, quanto para a IA da Meta, por exemplo.
Assim, segundo a Meta, a IA não consegue ler o conteúdo de conversas no aplicativo de mensagens. “A IA só pode ler e responder mensagens que mencionam “@Meta AI” e as mensagens que são parte de uma conversa específica com a Meta AI.