Os programas de IA (inteligência artificial) superaram os humanos nos jogos de damas, xadrez, Go e pôquer entre dois jogadores, mas sempre se pensou que o pôquer entre vários oponentes era uma meta muito mais difícil – até agora.
Pesquisadores da Universidade Carnegie Mellon, em conjunto com a iniciativa de Inteligência Artificial do Facebook, anunciaram nesta quinta-feira (11) que seu programa derrotou um grupo de seis jogadores profissionais em uma partida de Texas Hold’em.
A vitória do programa, Pluribus, foi relatada na revista americana Science.
“Pluribus conseguiu um rendimento sobre-humano no pôquer multijogador, o que é um marco reconhecido em inteligência artificial e em teoria de jogos”, disse Tuomas Sandholm, professor de informática em Carnegie Mellon.
“Até agora, os marcos sobre-humanos da inteligência artificial no raciocínio estratégico se limitaram a uma concorrência bilateral”, disse Sandholm em um comunicado.
Segundo os criadores do Pluribus, a tecnologia poderia ser utilizada para resolver “uma ampla variedade de problemas do mundo real”, que, como no pôquer, envolvem atores que enganam ou ocultam informações-chave.
O programa primeiro derrotou dois grandes campeões de pôquer, Darren Elias e Chris Ferguson, que jogaram 5.000 mãos cada um contra ele.
O Pluribus depois enfrentou 13 profissionais em um experimento separado, cinco ao mesmo tempo. Em um total de 10.000 mãos, o programa “saiu vitorioso”, disseram os pesquisadores.
Segurança pública
A inteligência artificial pode parecer coisa de filme de ficção científica. Mas, em vez de robôs, o cérebro digital pode habitar uma série de tecnologias, até mesmo câmeras e celulares. Smartphones Android de Samsung, Motorola, LG e Apple já têm recursos de inteligência artificial, que auxiliam o usuário, por exemplo, na hora de capturar fotos. Agora, essa tendência tecnológica também está chegando à segurança pública, como parte de um software de análise de imagens de câmeras.
Um dos usos da inteligência artificial, uma tendência tecnológica que abrange muitos campos de aplicação, é para o reconhecimento de rostos. Isso pode levar as autoridades a encontrar pessoas procuradas por suspeita de crimes. Uma das primeiras iniciativas de grande porte foi realizada no Rio de Janeiro.
Em um projeto-piloto realizado durante o carnaval, com infraestrutura montada pela Oi, 28 câmeras posicionadas em pontos estratégicos foram capazes de identificar pessoas no bairro de Copacabana, na zona sul da cidade. Com isso, foram efetuadas prisões de 8 pessoas com mandados de prisão ou apreensão e foi possível recuperar três veículos roubados. Após os resultados positivos, o projeto será expandido pela PM. Sistemas semelhantes também estão em funcionamento nas cidades de Salvador (Bahia) e Campinas (interior de SP).
Câmeras com inteligência artificial são capazes de identificar pessoas analisando detalhes de rostos, como distância entre os olhos, formato de boca, queixo e nariz, bem como a linha da mandíbula. A história da inteligência artificial na segurança pública deve ganhar um novo capítulo em breve em São Paulo.
No final do mês de junho, o Metrô de São Paulo publicou um edital para a compra de um sistema de monitoramento de segurança com câmeras que usam recursos de inteligência artificial. Elas estão previstas para chegar às linhas 1 (Azul), 2 (Vermelha) e 3 (Verde). As estações previstas para receber o novo sistema são Tamanduateí, Itaquera, Belém e Jabaquara, assim como no Centro de Controle Operacional. As câmeras serão capazes não só de identificar pessoas, mas também rastrear objetos e detectar invasões de áreas. As propostas serão recebidas pelo Metrô até 20 de agosto.