O Departamento de Justiça dos Estados Unidos solicitou a um tribunal federal americano uma reorganização dos negócios do Google, obrigando a empresa a vender o buscador Chrome. O pedido inclui ainda a proibição de acordos para tornar o Chrome o mecanismo de busca padrão em smartphones, além de impedir o Google de explorar seu sistema operacional Android.
A ação dos órgãos reguladores dos EUA busca impedir que a empresa continue a dominar a concorrência com seu mecanismo de busca, depois que um tribunal concluiu que ela manteve um monopólio abusivo na última década.
A perspectiva de exigir o desmembramento do Google marca uma mudança profunda por parte dos órgãos de defesa da concorrência dos EUA, que em grande deixaram os gigantes da tecnologia em paz desde o seu fracasso em desmantelar a Microsoft, há 20 anos.
Espera-se que o Google faça suas recomendações em um documento em dezembro, para os dois lados apresentarem seus argumentos ao juiz federal Amit Mehta. Caso perca o processo, o Google deverá recorrer, o que estenderia o processo por vários anos e deixaria a decisão final para a Suprema Corte.
O caso também poderá ser afetado pela chegada ao poder de Donald Trump, em janeiro. Sua administração poderia mudar a equipe atualmente responsável pela divisão antitruste do Departamento de Justiça.
Trump expressou opiniões conflitantes sobre o Google e a hegemonia das grandes empresas de tecnologia.
Por um lado, ele acusou o mecanismo de busca de ter um preconceito contra o conteúdo conservador, mas, ao mesmo tempo, disse que forçar a cisão da empresa poderia ser uma exigência muito grande para o governo.
Em agosto, o juiz Mehta considerou o Google culpado de práticas ilegais por estabelecer e manter o seu monopólio nas pesquisas online. O juiz poderá proferir uma decisão em agosto de 2025, depois de ouvir ambos os lados numa audiência especial em abril.
De acordo com o site StatCounter, o Google conquistou 90% do mercado global de buscas online em setembro e 94% em smartphones.