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A Latam vai ficar com dez dos mais de 30 aviões que foram devolvidos pela Avianca

Em recuperação judicial desde dezembro, a Avianca viu sua frota encolher de 50 para sete aviões nas últimas semanas. (Foto: Divulgação/Avianca)

A Latam vai incorporar dez aeronaves que estavam na frota da Avianca Brasil e que foram devolvidas à americana Aircastle, empresa que arrenda aviões para companhias aéreas. Todas são do modelo A320-200, fabricadas pela europeia Airbus. As informações são do jornal O Globo.

Em recuperação judicial desde dezembro, a Avianca viu sua frota encolher de 50 para sete aviões nas últimas semanas. Alguns deles foram devolvidos à Aircastle. Na próxima terça-feira (7), a companhia aérea brasileira fará um leilão dos ativos que ainda restam sob seu controle.

A negociação entre a Latam e a Aircastle foi anunciada pelo presidente executivo da empresa americana, Mike Iglese, em sua conferência de resultados na semana passada. Em nota, a Latam confirmou as negociações com a Aircastle e disse que as conversas começaram no início do ano. Informou ainda que algumas delas já estão no centro de manutenção da Latam, em São Carlos (SP).

“As aeronaves vão operar nos mercados domésticos, principalmente no Brasil, considerando a eventual aquisição dos ativos (da Avianca) pela Latam Airlines Brasil”, diz a companhia.

A Avianca será fatiada em sete unidades que serão leiloadas em 7 de maio. Em entrevista ao jornal O Globo, o presidente da Latam no Brasil, Jerome Cadier, disse que a unidade que mais lhe interessa é a que tem 22 slots (autorizações de pouso e decolagem) em Guarulhos, 15 slots em Congonhas e oito no Santos Dumont. Segundo o executivo esses slots combinam com as rotas operadas pela Latam no país.

Leilão

Azul, Gol e Latam, as três maiores companhias aéreas do País, estão habilitadas para participar do leilão dos ativos da Avianca Brasil, em recuperação judicial desde dezembro.

O leilão faz parte do plano elaborado pelo fundo americano Elliott, e abraçado por Gol e Latam, e que acabou desbancando a proposta da Azul. Esta pretendia ficar com toda a operação da Avianca. O plano que foi aprovado pelos credores fatiou a Avianca em sete empresas. Estas devem ir a leilão na próxima terça-feira, se a Avianca seguir voando até lá.

John Rodgerson, presidente da Azul, disse, em meados de abril, que a empresa não tinha interesse em adquirir a Avianca dentro do modelo proposto por Gol, Latam e Elliott, maior credor da companhia aérea controlada pelos irmãos Germán e José Efromovich. A Azul fez questão de esclarecer na quinta-feira que mantém a posição de que não há interesse em participar do leilão.

Caso decida disputar algum ativo da Avianca, a Azul está formalmente habilitada para tal. A Azul também informou ontem que já estava habilitada automaticamente a participar do leilão pois há alguns meses fez um empréstimo — um DIP (debtor in possession ou empréstimo com caráter de investimento prévio) — à Avianca. Os recursos foram usados para pagar salários e outras despesas. Gol e Latam também fizeram DIPs para a Avianca.

Gol, Latam e Azul entregaram documentação à Justiça que comprova a sua capacidade financeira, disse uma fonte que acompanha o processo para a realização do leilão. A Azul informou que a única documentação que entregou ontem à Justiça indicava as contas que ela tem a receber da Avianca — são US$ 13 milhões.

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