A maior parte dos brasileiros com mais de R$ 1 bilhão de patrimônio é do setor financeiro, segundo ranking elaborado pela revista “Forbes”. Dos 206 que aparecem no ranking, 48 são do setor financeiro, com um patrimônio total de R$ 345,97 bilhões. As informações são do portal UOL e jornal Folha de S. Paulo.
Na sequência, aparecem o setor de atacado e varejo, com 29 bilionários, e de alimentos e bebidas, com 27. Veja abaixo a lista dos setores da economia com mais bilionários.
Setores com mais bilionários no Brasil: Setor financeiro: 48 (R$ 345,97 bilhões); Atacado e varejo: 29 (R$ 114,65 bilhões); Alimentos e bebidas: 27 (R$ 276,33 bilhões); Indústria: 18 (R$ 85,14 bilhões); Diversos: 14 (R$ 64,12 bilhões); Saúde: 11 (R$ 56,88 bilhões); Construção: 10 (R$ 37,37 bilhões); Transporte e logística: 9 (R$ 21,28 bilhões); Agronegócio: 7 (R$ 30,82 bilhões); Beleza: 6 (R$ 24,86 bilhões); Energia: 6 (R$ 24,04 bilhões); Aviação: 6 (R$ 20,27 bilhões); Comunicação: 5 (R$ 36,68 bilhões); Educação: 5 (R$ 15,46 bilhões); Tecnologia: 3 (R$ 45,32 bilhões); Turismo: 1 (R$ 2,8 bilhões); Segurança: 1 (R$ 1,13 bilhão).
Lemann segue no topo pelo 7º ano
O investidor Jorge Paulo Lemann ocupa o topo da lista pelo sétimo ano seguido, com um patrimônio total de R$ 104,71 bilhões, de acordo com a revista. Grande parte de sua fortuna vem do setor de alimentação. O fundo de investimentos do qual é sócio tem participação no Burger King, na cervejeira AB Inbev, dona de marcas como Budweiser, Brahma, Skol e Antarctica, e na gigante de alimentos Kraft Heinz.
Essa última, porém, foi fonte de problemas ao longo do último ano, o que quase custou a Lemann o posto de homem mais rico do Brasil. Com vendas e ações em baixa, a companhia, formada a partir da fusão de Kraft e Heinz, em 2015, atravessa dificuldades.
Entre o ranking de 2018 e 2019, Lemann viu sua fortuna diminuir em R$ 1,25 bilhão. Isso representa uma perda de R$ 142,7 mil por hora no período. Com a queda, ele foi superado durante quase oito meses pelo banqueiro Joseph Safra, dono do banco Safra.
Pouco antes de a revista fechar o levantamento de 2019, porém, Lemann voltou a liderar a lista, posto que ocupa desde 2013, quando desbancou Eike Batista. Safra figura em segundo lugar, com patrimônio de R$ 95,04 bilhões.
Fusão Kraft Heinz
A fusão entre a Kraft e a Heinz em 2015 criou uma das maiores companhias de alimentos do planeta. Sua receita anual combinada atingia os US$ 28 bilhões (R$ 116,8 bilhões), e ela controlava dezenas de marcas de comida e bebida que por gerações foram produtos de uso diário nos domicílios americanos, entre as quais o ketchup Heinz, os embutidos Oscar Meyer e as frutas secas Planters.
Mas a megafusão acabou por se transformar em uma megaconfusão.
As vendas e lucros despencaram. Depois de contabilizar uma depreciação de US$ 15,4 bilhões (R$ 64, 2 bilhões) em fevereiro e reduzir seus dividendos em um terço, a companhia diminuiu o valor de seus ativos em mais US$ 1,22 bilhão (R$ 5 bilhões) no mês passado.
As autoridades regulatórias das finanças estão averiguando sua contabilidade e, depois que uma investigação interna descobriu delitos por parte de empregados, a Kraft Heinz terá de corrigir suas prestações de contas financeiras referentes a 2016 e 2017.
A empresa enfrenta numerosos processos movidos por acionistas. E depois de demitir milhares de pessoas nos últimos quatro anos, anunciou novos cortes de pessoal na segunda metade de agosto.