A Marinha do Brasil recebeu na sexta-feira (29) pela manhã, na base naval de Davenport, no Reino Unido, a nova nau capitânia da armada nacional, o porta-helicópteros de múltiplo emprego PHM A-140 Atlântico, ex-Ocean, da frota inglesa. O navio, um gigante de 203 metros, o tamanho de dois campos de futebol, e cerca de 22 mil toneladas de deslocamento, leva até 18 aeronaves de diversos tipos.
Além dos 465 tripulantes, pode transportar cerca de 800 fuzileiros prontos para combate, um esquadrão de blindados de ataque, lanchas de desembarque anfíbio e veículos de emprego geral. Em missões humanitárias, os conveses inferiores têm capacidade para receber um hospital de emergências configurado para realizar atendimentos e cirurgias complexas. O Atlântico custou 84,6 milhões de libras esterlinas, cerca de R$ 350 milhões ao câmbio de dezembro de 2017, quando o negócio foi fechado, em Londres. O pagamento será feito em parcelas.
Para o comandante da Marinha, almirante Leal Ferreira, o PHM “aprimora a realização de tarefas do Poder Naval, como a projeção de poder em terra e o controle de áreas marítimas”. Segundo Leal Ferreira, “as características do navio ampliam as possibilidades de atuação em operações de paz e na assistência às populações vítimas de desastres naturais”. A transferência do navio foi marcada por uma cerimônia de grande tradição nas forças navais, a Mostra de Armamento, em que o escudo com a insígnia da unidade é apresentado e a bandeira do país sob o qual navega é hasteada pela primeira vez. O representante brasileiro na solenidade foi o almirante Ilques Barbosa Jr., Chefe do Estado Maior da Armada.
O Atlântico passou por um período de dois meses de manutenção e revisão. Recebeu a cor regular, cinza, da frota militar brasileira, o novo nome e a matrícula de identificação. O ciclo, envolvendo cursos de familiarização e de treinamento com os sistemas de bordo, foi acompanhado pelos integrantes das primeiras equipes de tripulantes. O A-140 chegará em agosto ao Rio de Janeiro. Construído entre 1995 e 1998, o navio passou por uma ampla modernização entre 2012 e 2014. Antes, faz uma escala em Portugal. O porta-helicópteros vai ter uma ala aérea em condições de operar com todas as aeronaves de asas rotativas em uso pela Marinha: os grandes Seahawak Super Puma e Cougar, combinados com os médios Linx, Esquilo e Bell Jet Ranger. O convés de voo permite atuar com sete deles simultaneamente. A composição será sempre variada, ajustada de acordo com cada missão programada.
Embora o sistema de armas embarcadas tenha perdido os canhões de tiro rápido Phalanx (de controle eletrônico e destinados a barrar mísseis anti-navio) e certos tipos de granadas de artilharia (não incluídos no pacote da venda pelo governo britânico), o PHM manteve quase todos os recursos digitais avançados entre os quais o poderoso radar de designação de alvos e controle de área, o Artisan. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.