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Mundo A mensagem clara do novo governo Trump: as pessoas leais a ele valem mais que o resto dos americanos

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Se, de acordo com o governo Trump, tanta gente nos EUA é do tipo errado, quem é do tipo certo. (Foto: Reprodução)

Em seus primeiros dias, o segundo governo de Donald Trump tem transmitido uma mensagem clara: os Estados Unidos estão repletos do tipo errado de gente.

Funcionários públicos federais, por exemplo, foram considerados o tipo errado de gente. Suas afiliações políticas e ideológicas são questionáveis, suas ideias, destrutivas, e seus empregos de baixa produtividade não valem seus salários. Muitos infringem a lei ou são simplesmente “maus”. Quer trabalhem na USAID, no Tesouro, na CIA ou na FDA, em Washington ou qualquer outra parte do país, eles deveriam aproveitar a escolha que lhes foi oferecida e se demitir. Em alguns casos, deveriam ser expurgados.

Bebês nascidos nos EUA filhos de pais indocumentados — ou de pais que estão aqui legalmente mas apenas de forma temporária, como pessoas com visto de trabalho ou estudantis — também são pessoas erradas. Não são verdadeiros americanos e não devem receber a “dádiva” da cidadania.

Refugiados e solicitantes de asilo são o tipo errado de gente e devem ser impedidos de entrar no país. Americanos transgêneros não têm “a humildade e a abnegação” necessárias para integrar as Forças Armadas dos EUA, de acordo com uma ordem executiva de Trump, e não podem mais servir.

Ex-oficiais como Mark Milley, que foi chefe do Estado-Maior Conjunto durante o primeiro governo Trump, são desleais e não merecem proteção do governo, nem sequer um retrato do Pentágono. E qualquer um que se encaixe em alguma categoria de “diversidade”, de qualquer tipo, é automaticamente suspeito, um bode expiatório conveniente sempre que alguma coisa — como incêndios florestais ou quedas de avião — der errado.

Impulso

Trata-se de um impulso político familiar, com antecedentes que precedem os mandatos do presidente Trump. Durante a campanha presidencial de 2008, Sarah Palin, a candidata republicana à vice-presidência, refletiu sobre as virtudes dos “EUA de verdade” — aquelas pequenas cidades patrióticas que compõem as “áreas pró-EUA desta grande nação”. (Posteriormente, ela pronunciou um daqueles pedidos de desculpas do tipo “sinto muito se fui mal compreendida”.) Mas agora nós passamos do elogio aos EUA de verdade à analise sintática dos americanos de verdade. E a auditoria é conduzida por um executivo vingativo e decididamente sem nenhum remorso.

Se, de acordo com o governo Trump, tanta gente nos EUA é do tipo errado, quem é do tipo certo? Quem é digno das nossas Forçamadas, do nosso governo, do nosso território?

O governo invoca a meritocracia como uma maneira de responder essas perguntas. Conforme definiu Trump numa ordem executiva assinada em seu segundo dia no cargo, “mérito individual, aptidão, trabalho duro e determinação” devem ser os fatores primordiais ao contratar trabalhadores não apenas no governo, mas em todos os “setores importantes da sociedade americana”.

Essa diretriz poderia ser mais persuasiva se Trump a tivesse seguido ao selecionar os membros importantes de seu governo. Matt Gaetz, a primeira escolha de Trump para servir como procurador-geral, tem o mérito individual necessário para liderar o Departamento de Justiça? Tulsi Gabbard tem a aptidão necessária para se tornar diretora de inteligência nacional, ou Robert Kennedy Jr. para supervisionar o Departamento de Saúde e Serviços Humanos? Pete Hegseth é a pessoa mais dedicada para comandar o Departamento de Defesa?

Fidelidade canina

A resposta é evidente. O mérito deles não advém de experiência profissional nem de qualificações excepcionais; decorre, em vez disso, de sua fidelidade ao presidente. (Quando novos nomeados são aclamados como perturbadores, lembre-se de que na era Trump “perturbador” é um eufemismo para “obediente”.)

O imperativo racial por trás da determinação das pessoas certas ou erradas — lembre-se, por exemplo, do desdém de Trump por estrangeiros que supostamente envenenam o sangue do país — se funde com argumentos sobre mérito. Darren Beattie, um ex-redator de discursos de Trump que foi nomeado subsecretário interino de diplomacia pública no Departamento de Estado, escreveu no fim do ano passado que “homens brancos competentes devem estar no comando se quisermos que as coisas funcionem”.

Uma coisa seria simplesmente reverter os excessos dos programas DEI em todo o governo federal, mas tal visão de mundo leva esse processo ao seu extremo ilógico: se buscar um tipo de força de trabalho diversa é proibido, seu oposto deve ser a melhor, a única, força de trabalho possível. (Estadão Conteúdo)

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https://www.osul.com.br/a-mensagem-clara-do-novo-governo-trump-as-pessoas-leais-a-ele-valem-mais-que-o-resto-dos-americanos/ A mensagem clara do novo governo Trump: as pessoas leais a ele valem mais que o resto dos americanos 2025-02-18
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