Segunda-feira, 07 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 14 de janeiro de 2019
A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, criticou nesta segunda-feira (14) a modelo Gisele Bündchen por afirmar que o Brasil desmata e disse que a convidará para ser embaixadora dos esforços do País para preservar a natureza.
“Desculpe, Gisele Bündchen, você devia ser a nossa embaixadora e dizer que o seu País preserva, que o seu País está na vanguarda do mundo da preservação, e não vir aqui no Brasil meter o pau sem conhecimento de causa”, disse a ministra em entrevista à rádio Jovem Pan.
Logo depois, em publicação no Twitter, a ministra acrescentou: “Na Jovem Pan sinalizei que a Gisele Bündchen podia ser embaixadora do Brasil para mostrar que produzimos alimentos para o mundo preservando a natureza. A modelo vai receber, em breve, convite nosso”.
Assessores de imprensa de Gisele Bündchen não responderam imediatamente a um pedido de comentário.
Gisele Bündchen, que é casada com o jogador de futebol americano Tom Brady, confrontou duas vezes o ex-presidente Michel Temer nas redes sociais em razão de políticas para reduzir ou eliminar áreas protegidas da Amazônia.
Temer acabou por recuar em ambos os casos, respondendo diretamente a ela no Twitter em uma ocasião após vetar regras que teriam reduzido o tamanho da floresta nacional de Jamanxim, na Amazônia.
Em 2017, Gisele lançou uma campanha em prol do meio ambiente e foi homenageada durante a Semana da Moda de Milão por seu ativismo em prol do bioma amazônico.
Naquele ano, o então presidente Michel Temer havia extinguido uma reserva na região amazônica conhecida como Renca (Reserva Nacional do Cobre Associados). Sob críticas de entidades ambientais, publicou novo decreto, com mudanças. O recuo, contudo, não foi suficiente, o que o levou a rever a iniciativa.
A modelo foi uma das principais vozes contra o decreto e a primeira a ser informada pelo próprio Temer da desistência.
Caso Renca
Em setembro de 2017, sob críticas de entidades ambientais, o presidente Michel Temer (PMDB) decidiu revogar o decreto que extinguiu a reserva na região amazônica conhecida como Reserva Nacional do Cobre Associados. A Renca possui reservas minerais de ouro, ferro e cobre. Ela foi criada em 1984, durante o regime militar.
O texto da época defendeu que “o debate em torno do assunto deve ser retomado em outra oportunidade” e deve ocorrer “da forma mais democrática possível”.
“As razões que levaram a propor a adoção do decreto com a extinção da reserva permanecem presentes. O País necessita crescer e gerar empregos, atrair investimentos para o setor mineral, inclusive para explorar o potencial econômico da região”, dizia a nota do Ministério de Minas e Energia sobre o tema.
Uma nota técnica de junho sobre a reserva na Amazônia –mais de um mês antes da publicação do decreto de Temer–, mostra que o Meio Ambiente se posicionou contra a extinção da reserva. A pasta afirmou que a “área é composta por uma floresta densa e exuberante, cujo entorno também está bem preservado.”
Nesse período, houve ainda uma série de decisões judiciais contrárias ao governo em várias regiões do País.