Terça-feira, 29 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 4 de janeiro de 2019
A ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, afirmou na noite de quinta-feira (03), em entrevista à GloboNews, que não se arrepende da declaração polêmica que deu logo após assumir o cargo, sobre cores para meninos e meninas. Ela também disse que o governo Bolsonaro não vai acabar com nenhum direito adquirido pela população LGBTI (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais ou Transgêneros).
Na entrevista, Damares voltou a dizer que a frase em que afirma que “menino veste azul e menina veste rosa” era uma “metáfora” contra o que chama de “ideologia de gênero” e explicou a declaração ao responder se estava arrependida, diante da repercussão da fala.
“De jeito nenhum. Foi uma metáfora. Nós temos no Brasil o ‘Outubro Rosa’, que diz respeito ao câncer de mama com mulheres, temos o ‘Novembro Azul’, que é com relação ao câncer de próstata com o homem. Então, quando eu disse que menina veste cor de rosa e menino veste azul, é que nós vamos estar respeitando a identidade biológica das crianças”, disse.
A frase foi registrada em um vídeo feito por apoiadores, logo após Damares assumir o ministério. Ao final da fala, a ministra foi aplaudida pelo público que a cercava em uma sala. A declaração provocou repercussão e foi criticada, ficando entre os assuntos mais comentados nas redes sociais na quinta-feira. Foi criada também a hashtag “cor não tem gênero”.
A Associação Nacional de Travestis e Transsexuais disse em nota que a declaração da ministra “fere a liberdade individual, o direito à autodeterminação e a dignidade da população trans”.
População LGBTI
Damares foi questionada sobre políticas públicas para a população LGBTI e afirmou que “nenhum direito adquirido será violado pelo governo Bolsonaro”, ao comentar sobre a adoção de crianças por casais gays.
“Os homossexuais já podem adotar, e nós não queremos mudar isso. Nenhum direito adquirido vai ser violado pelo governo Bolsonaro, que isso fique claro. O homossexual já pode adotar uma criança. Qualquer pessoa acima dos 21 anos pode, desde que tenha 16 anos de diferença do adotante para o adotado, então isso é direito adquirido.”
Damares afirmou também ser possível combater o preconceito contra gays “sem dizer para a menina que ela não é menina”. “É uma questão de política pública, para que não haja exagero da doutrinação ideológica. Vamos continuar combatendo o preconceito”, afirmou.
Mais cedo, na quinta-feira, o presidente Jair Bolsonaro afirmou pelo Twitter que, no governo dele, “não haverá abandono de auxílio a qualquer indivíduo nas diretrizes de direitos humanos”. Ele não mencionou na rede social nenhum episódio específico que tenha motivado a declaração.
Na mensagem que publicou na tarde de quinta-feira no Twitter, Bolsonaro declarou que o trabalho de manutenção das diretrizes de direitos humanos caberá à Secretaria Nacional da Família, à Secretaria Nacional de Proteção Global e ao Conselho Nacional de Combate à Discriminação.