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Por Redação O Sul | 10 de janeiro de 2016
Nascido em 1923, o estilista francês André Courrèges foi uma das mentes por trás da revolução do vestuário nos anos 1960. Formado em engenharia civil por imposição do pai – um mordomo apaixonado por arquitetura e pintura –, ele deixou de seguir a profissão para trabalhar com Jeanne Lafaurie em Paris e, depois, com Cristóbal Balenciaga, seu grande mentor. Anos antes, durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), Courrèges serviu como piloto da aeronáutica francesa.
Sua própria grife foi lançada em 1961. Com formas influenciadas pela arquitetura e de estilo futurista, as peças rapidamente encontraram uma legião de seguidores, entre eles a cantora francesa Françoise Hardy. Além de introduzir a minissaia na França, Courrèges lançou botas, óculos e vestidos acima do joelho, que ajudaram a constituir o visual moderno da década.
Apresentada como “a era espacial”, a coleção de 1965 iniciou a chamada Revolução Courrèges, com meninas que, além das saias curtas, investiam em roupas com branco, prata ou cores florescentes, em materiais sintéticos.
Em 1967, ele se casou com uma assistente, Coqueline Barrière. Doze anos mais nova, Coqueline se tornaria parceira do marido nos negócios, chegando a assumir a direção artística da maison a partir dos anos 1990, quando o mal de Parkinson obrigou o estilista a se afastar da empresa. Ele passou, então, a se dedicar à pintura, à escultura e à Courrèges Énergie, empresa voltada para o desenvolvimento de carros não poluentes.
O afastamento acabou levando a um declínio da maison, que apresentou sua última coleção de alta-costura em 2002. A recuperação teve início em 2011, quando Frédéric Torloting e Jacques Bungert adquiriram a marca. Desde o ano passado, a dupla Sébastien Meyer e Arnault Vaillanto responde pela direção criativa da grife.
Morte.
Courrèges morreu no dia 7 de janeiro, aos 92 anos, em sua casa em Neuilly-sur-Seine, nos arredores de Paris, após décadas sofrendo de mal de Parkinson. “Por toda a sua vida, André Courrèges, com Coqueline, não parou de avançar, de inventar para sempre estar adiante: um criador visionário, que já via como seria o século 21 e que acreditava no progresso. É por isso que Courrèges é tão moderno ainda hoje”, escreveram Frédéric Torloting e Jacques Bungert em texto divulgado pelo jornal francês Le Figaro.