Mulher do futuro Ministro da Educação, Ricardo Veléz Rodríguezs, Paula Prux, formada em Direito e envolvida com causas dos Direitos Humanos, pode ser uma pedrinha no sapato da ala conservadora do novo governo presidido por Jair Bolsonaro. As informações são do jornal Extra.
Em 2012, quando fazia parte do Centro de Pesquisas Estratégicas Paulo Soares de Souza, da Universidade Federal de Juiz de Fora, em Minas Gerais, ela defendeu um trabalho sobre transexualismo. Nas 14 páginas, Paula e o companheiro, Flávio Kamikawa, que escreveu com ela a quatro mãos, defendem um olhar sem preconceito e mais compreensivo sobre os direitos dos transexuais.
Na conclusão, o texto diz: “Infelizmente, para a vergonha da sociedade preconceituosa e culturalmente atrasada em que vivemos, pela ótica da maioria dominante, em vista ao sentimento conservador dos propósitos e valores tradicionais, as raízes de um militarismo, a opressão dos tempos de ditadura, resume-se em um povo que não aceita o diferente, o desigual. Assim, o transexual passa a ser vítima constante do abuso, violência e descaso”.
Marido de Paula, o futuro ministro defende uma escola sem discussão de gêneros e a manutenção da tradicional família brasileira. “Se o problema para a militância esquerdista é a superpopulação do planeta, a melhor forma de equacionar a questão é a ‘ideologia de gênero’. Com ela paramos de nos reproduzir. A família e os valores tradicionais da nossa Civilização Ocidental irão, claro, para a lata de lixo da história”, escreveu ele, em sua página do Facebook, pouco antes de ser nomeado para o Ministério.