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Por Redação O Sul | 10 de maio de 2016
A Nasa (agência espacial americana) anunciou a descoberta de mais de 1,2 mil novos planetas extrassolares, isto é, que orbitam estrelas que não o Sol. Os objetos tiveram sua existência validada com base na análise de dados de quatro anos de observações feitas com o telescópio espacial Kepler, lançado em 2009. Com isso, mais do que dobra o número de planetas extrassolares encontrados pelo Kepler, e o total dos também chamados exoplanetas confirmados ultrapassa a marca de 3,2 mil, dos quais 2.325 foram detectados pela primeira vez pelo telescópio espacial da Nasa.
Segundo os cientistas, as análises indicam que a probabilidade destes 1.284 inicialmente considerados “candidatos” a planetas extrassolares no catálogo do Kepler serem de fato um planeta é superior a 99%. Já outros 1.327 potenciais exoplanetas na lista de 4.302 candidatos também têm mais chance de existirem de fato do que não, mas demandarão mais estudos.
Outras 707 observações indicativas de planetas extrassolares na lista do telescópio Kepler, por sua vez, provavelmente podem ser explicadas por outros tipos de fenômenos astrofísicos. Por fim, a análise também validou os 984 exoplanetas restantes no catálogo cuja existência já tinha sido verificada anteriormente.
“Antes do lançamento do telescópio espacial Kepler, não sabíamos se os exoplanetas eram raros ou comuns em nossa galáxia”, lembra Paul Hertz, diretor da Divisão de Astrofísica da Nasa. “Graças ao Kepler e à comunidade científica, agora sabemos que provavelmente existem mais planetas que estrelas. Este conhecimento nos dá informações para as futuras missões que nos levarão cada vez mais perto de descobrir se estamos sozinhos no Universo”, disse.
Para responder se há vida em outras partes do Cosmo, os astrônomos buscam um planeta extrassolar que seja pequeno e rochoso como a Terra e esteja na chamada “zona habitável” de sua estrela, isto é, nem perto nem longe demais dela de modo que sua temperatura permita a presença de água em estado líquido na sua superfície, condição considerada essencial para o desenvolvimento da vida como conhecemos. Assim, chamam a atenção entre os novos exoplanetas quase 550 que provavelmente são rochosos devido ao seu tamanho, calculado em igual ou menor que 1,6 vez o diâmetro do nosso, dos quais nove estão nesta estreita zona especial da órbita de suas estrelas. Isso eleva para 21 o total de planetas extrassolares conhecidos nesta posição.
O telescópio espacial Kepler encontra seus candidatos a planetas extrassolares por um método chamado “de trânsito”. Equipado com um fotômetro hipersensível, ele é capaz de detectar as ínfimas variações no brilho das estrelas que observa provocadas pela passagem de um planeta entre elas e a Terra de nosso ponto de vista, à semelhança do que aconteceu com Mercúrio e o Sol recentemente.
Durante os quatro anos de sua missão principal, o Kepler ficou apontado fixamente para uma pequena região do céu na direção das constelações de Cygnus (Cisne) e Lira, coalhada com cerca de 150 mil estrelas, tendo detectado mais de 7 mil do que foram chamados de “objetos de interesse”. (AG)