Sábado, 28 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 22 de agosto de 2019
A missão Europa Clipper vem sendo anunciada pela Nasa há um certo tempo, pois o objetivo é enviar uma sonda à lua Europa, de Júpiter, que é recoberta por uma crosta congelada, mas, em seu interior, há um provavelmente vasto oceano líquido. Por isso, é preciso estudar o satélite natural joviano de pertinho em busca de, caso exista, vida microbiana extraterrestre. E, agora, a agência espacial dos Estados Unidos acaba de oficializar a missão.
“A decisão permite que a missão progrida para a conclusão final do projeto, seguido pela construção e testes da nave espacial e sua carga útil científica”, disse a Nasa em comunicado oficial. A missão explorará o interior de Europa, investigando se a lua congelada tem mesmo o potencial que acreditamos de abrigar condições adequadas à vida como a conhecemos.
E, para que a missão seja o mais econômica possível, a Nasa tem como meta completar a construção da sonda em parceria com o Laboratório de Física Aplicada da Universidade John Hopkins, com previsão de lançamento para 2023 – mas há uma janela de adiamento, caso seja necessário, que se estende para até 2025.
Quando chegar lá, a Europa Clipper vai estudar a composição e a geologia de Europa, além de seu oceano subterrâneo. A nave levará instrumentos que funcionarão em conjunto para resolver alguns dos mistérios que rodeiam esta lua joviana, avaliando o quão habitável ela realmente pode ser. A nave chegará a apenas 25 quilômetros da superfície congelada, então também podemos esperar por um montão de fotografias reais e sem precedentes deste satélite natural que orbita o maior planeta do Sistema Solar.
Oceanos subterrâneos de água líquida são possíveis em luas como Europa (bem como Encélado, de Saturno), mesmo elas sendo congeladas em seu exterior, pois a atração gravitacional de seus planetas faz com que as coisas, literalmente, esquentem lá dentro, o que mantém a água no estado líquido, algo essencial para o florescer da vida. Ainda, atividade geológica no fundo desses mares poderia fornecer produtos químicos para alimentar microorganismos, e o gelo da crosta acabaria bloqueando a radiação espacial que afeta a superfície. Ou seja: estudar esses mundos intrigantes de pertinho é prioridade para entendermos a habitabilidade desses objetos, o que vai começar a acontecer dentro de alguns anos – se nenhum contratempo fizer a missão ser adiada para além da janela prevista.