Sábado, 23 de novembro de 2024
Por Cinthia Kruger Sobral Vieira | 9 de março de 2023
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
Não é incomum os pacientes perguntarem nos consultórios nefrológicos: o que trata o Nefrologista? A desinformação pelos leigos é até compreensível, pois por muitos anos a mensagem em busca de uma vida saudável, sempre passou pelo cuidado com o coração, com a pressão alta e com o diabetes.
Assim, reforça-se a necessidade de campanhas como o Dia Mundial do Rim, que desde 2006, sempre ocorrem na segunda semana do mês de março para conscientizar a população dos cuidados que devem ter com este órgão pequeno, mas muito importante, localizado intra-abdominal e podendo pesar até 150 gramas.
Sabe-se que uma a cada dez pessoas sofrem de algum tipo de patologia renal. No Brasil temos ao redor de 150.000 pessoas que realizam tratamento dialítico, uma forma de substituir a função renal e considerada a etapa final de um tratamento, quando as funções deste órgão já foram esgotadas.
Mas afinal, o nefrologista só trata doenças de rins? Os rins desempenham as funções primordiais de filtrar o sangue, retirar impurezas, controlar a pressão arterial, funções endocrinológicas, controle de minerais, potássio, cálcio, vitamina D, ácido úrico entre outras. O nefrologista avalia e trata as causas das piores dores a que o ser humano se refere: a cólica renal, infecções urinárias e doenças metabólicas.
Primitivamente, os rins humanos eram considerados fontes de saber. Na arte temos registro da existência deste órgão nos afrescos da capela Sistina por volta do ano 1.500. Michelangelo não foi apenas um exímio escultor, pintor, arquiteto, como possuidor de grande fascínio pela anatomia. Nos seus primeiros anos de formação dedicou-se à observação de dissecções em cadáveres na corte dos Médici.
Este interesse pode ser apreciado no teto da Capela Sistina, na área de neuroanatomia, sistema músculo esquelético e, inclusive, na nefrologia. O Dr. Garabed Eknoyan, nefrologista e professor na Baylor College of Medicine, no Texas, chamou atenção para a semelhança entre o manto de Deus com o contorno do rim e a pelve renal, onde os anjos que o ladeiam formariam um esboço das pirâmides de Malpighi. Este painel é denominado a separação da terra e das águas, podendo ser comparado com a fisiologia do rim que separa o sólido do líquido. A Nefrologia se origina da palavra nephros (grego), nuvem. A semelhança com chuva das nuvens e urina dos rins.
Em 2020, um estudo americano publicou o resultado de uma pesquisa em uma instituição de alunos universitários, não formados, avaliando as especialidades médicas reconhecidas por eles. Para surpresa a Nefrologia foi a menos reconhecida, chegando a 27%. Entre motivos destacados, o mais evidente foi a falta de exposição nas próprias universidades onde os alunos passam pela especialidade por curto período.
No Dia Mundial do Rim, neste ano celebrado no dia 9 de março, é o momento de trazer informação e a conscientização dos cuidados com a saúde renal para todos.
Dra. Cinthia Kruger Sobral Vieira
Nefrologista – CRM 9755
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
Voltar Todas de Cinthia Kruger Sobral Vieira
sem nada para mostrar