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Em meio ao protesto de caminhoneiros, a Petrobras anunciou a redução do preço da gasolina e do diesel

Integrantes do governo se reuniram para discutir a alta dos combustíveis. (Foto: Banco de Dados)

Após uma sequência de aumentos praticamente diários, a Petrobras reduzirá os preços da gasolina em 2,08% e do diesel em 1,54% nas refinarias a partir desta quarta-feira (23), em meio a discussões dentro do governo sobre a alta dos combustíveis e a protestos de caminhoneiros.

Segundo a petroleira, o preço do litro da gasolina nas refinarias cairá de R$ 2,0867 para R$ 2,0433. Já o valor do diesel será reduzido de R$ 2,3716 para R$ 2,3351. A Petrobras adotou um novo formato na política de ajuste de preços desde 3 de julho do ano passado. Pela nova metodologia, os reajustes acontecem com maior frequência, inclusive diariamente, refletindo as variações do petróleo e derivados no mercado internacional e também do dólar. Somente na semana passada, foram feitos cinco reajustes diários seguidos.

Na véspera, a estatal tinha anunciado um novo aumento nos preços do diesel e da gasolina, elevando os valores dos combustíveis para novas máximas dentro da política da estatal. Desde o início da nova sistemática de reajustes adotada pela Petrobras, o preço da gasolina comercializada nas refinarias acumulava aumento de 58,76%, e o do diesel, de 59,32%

Alta

Em maio, já foram anunciadas dez altas e cinco quedas no preço do litro do diesel. No caso da gasolina, foram 12 altas, duas quedas e uma estabilidade. A última queda no preço da gasolina nas refinarias havia ocorrido em 3 de maio. Na ocasião, o valor do litro nas refinarias foi reduzido em 0,99%, de R$ 1,8072 para R$ 1,7893. No caso do diesel, a última redução havia ocorrido no dia 12 de maio, quando o preço passou de R$ 2,2361 para R$ 2,2162, queda de 0,88%.

O governo se reuniu nesta terça-feira para discutir a alta dos combustíveis. Participaram do encontro os ministros Eduardo Guardia (Fazenda) e Moreira Franco (Minas e Energia) e o presidente da Petrobras, Pedro Parente. “Algo é preciso ser feito, sem mudar a política de preços e prejudicar a Petrobras”, afirmou Moreira Franco. O ministro disse que ainda está na mesa de negociações a possibilidade de redução da cobrança de tributos sobre os combustíveis. Na véspera, o ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, reafirmou, entretanto, que não há espaço para reduzir a tributação sobre os combustíveis nesse momento.

Impacto

A decisão de repassar o aumento do valor do combustível cobrado nas refinarias para o consumidor final é dos postos de combustíveis. Em comunicado divulgado na sexta-feira (18), a Petrobras voltou a justificar os reajustes diários, afirmando que os combustíveis derivados de petróleo são commodities, que os o preços estão “atrelados aos mercados internacionais”.

Na semana passada, o preço médio da gasolina nos postos do País atingiu novas máximas no ano, segundo uma pesquisa da ANP. O preço médio do litro para os consumidores ficou em R$ 4,284, ante R$ 4,257 na semana anterior. Com o novo aumento, a gasolina acumula alta de 4,51% desde o início do ano. Desde julho do ano passado, a alta é de mais de 22%.

O valor do diesel também terminou a semana em alta. Conforme a ANP, o valor médio por litro passou para R$ 3,595, acumulando avanço de 8% no ano e de 21,5% desde julho do ano passado. Em sua defesa, a Petrobras afirma “não tem o poder de formar” os preços praticados nos postos de combustíveis e que a mudança no preço final dependerá de repasses feitos por outros integrantes da cadeia de combustíveis.

 

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