Domingo, 19 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 2 de setembro de 2017
A Petrobras e o China Development Bank (CDB) assinaram um acordo neste sábado (02), em Pequim, que é considerado o primeiro passo para a liberação de financiamento de US$ 5 bilhões – segunda parcela de um empréstimo de US$ 10 bilhões, anunciado 2015.
A expectativa da estatal é que o dinheiro seja liberado ainda este ano. Além do empréstimo, o documento tem como objetivo estimular o investimento conjunto em áreas de produção da Petrobras, colaborar com o programa de desinvestimento da estatal e explorar oportunidades no mercado financeiro chinês.
“A cooperação bilateral entre Brasil e China está em um momento raro”, avaliou o presidente do CDB, Zheng Zhijie. Ele salientou a relação frutífera já alcançada entre os dois países – que teriam complementariedade econômica – e fez um alerta para o momento mundial de recuperação, mas, ao mesmo tempo, de elevação do protecionismo. “Não devemos ignorar os desafios nesse contexto”, aconselhou.
Campo de Libra
No mês que vem, será extraído o primeiro óleo do campo de Libra, conforme o ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho. “Outubro será um mês especial para o setor de óleo e gás, para a Petrobras e para outras empresas”, disse para empresários chineses em Pequim, onde participou da comitiva governamental para promover investimentos do País.
A Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) já vem considerando o início da produção desse campo em seus últimos relatórios mensais. No documento mais recente, a entidade projetou a oferta de produção brasileira em 3,38 milhões de barris por dia (bpd) em 2017 e de 3,59 milhões de bpd no ano que vem.
“Espera-se que o crescimento venha dos aumentos de produção no campo Lapa, Lula, Parque das Baleias, Roncador-2, Sapinhoá, Tartaruga Verde e Mestiça, bem como o novo projeto Libra”, ressaltou a instituição no relatório.
Durante o evento na capital chinesa, Coelho Filho também destacou que, nos últimos anos, as estatais que mais sofreram foram justamente as que estão sob sua Pasta – além da Petrobras, também a Eletrobras. “Nos últimos meses, no entanto, a reação das ações mostra a aprovação das ações do governo e das gestões das próprias empresas”, afirmou.
Pequenas e médias empresas
O presidente Michel Temer afirmou, no encerramento do Seminário Empresarial Brasil-China, neste sábado, que pretende incluir pequenas e médias empresas no mercado chinês.
“Queremos explorar novas fronteiras com a inclusão de pequenas e médias empresas no fluxo de comércio e investimento com a China. Queremos naturalmente as grandes empresas, mas sabemos do significado, do valor do emprego que as pequenas e médias empresas também podem gerar”, disse o presidente para plateia formada por empresários chineses e brasileiros.
Temer acrescentou também que instruiu o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços e a Apex-Brasil a trabalharem na inserção das companhias no mercado exterior.
Como forma de incentivar a atuação das pequenas e médias empresas, o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) vai abrir linha de crédito de R$ 20 bilhões. “A China já é o maior parceiro comercial do Brasil e tem sido, crescentemente, fonte importante de investimentos em nosso país”, disse Temer.
Na avaliação de Temer, esses vínculos vão se intensificar com o desenvolvimento da economia chinesa e a retomada do crescimento econômico no Brasil. Em seu segundo dia de visita oficial à China, Temer foi recebido pelo presidente do país asiático, Xi Jinping, no Grande Palácio do Povo, em Pequim. Em busca de investidores para o pacote de concessões do governo federal, o presidente brasileiro teve uma agenda intensa nesta sexta-feira (01) na capital chinesa. (AE)