Por Redação O Sul | 30 de maio de 2018
Nessa quarta-feira, primeiros dos três dias de greve nacional dos petroleiros, o diretor-executivo da Petrobras, Nelson Luiz Silva, garantiu que a paralisação dos petroleiros por 72 horas não terá impactos na produção de combustíveis no País. “Estamos observando e trabalhando para evitar qualquer impacto na produção”, afirmou a um grupo de empresários no Fórum de Investimentos Brasil 2018, realizado em São Paulo.
Na avaliação do dirigente, a decisão da categoria em cruzar os braços tem caráter político. Os trabalhadores do setor protestam contra a política de preços da Petrobras, a gestão da estatal e os valores cobrados no gás de cozinha e nos combustíveis. Também pedem a saída do presidente da empresa, Pedro Parente.
Aina segundo Nelson Luiz Silva, a Petrobras garantirá um resultado econômico equivalente ao anterior à greve dos caminhoneiros, que prejudicou o abastecimento de combustível e alimentos em praticamente todo o território nacional.
A política de preços da Petrobras prevê reajustes dos combustíveis com maior frequência, inclusive diariamente, refletindo as variações do petróleo no mercado internacional e também a oscilação do dólar.
“Se eu decido o investimento assim e pratico uma regra diferente depois, na hora que eu tenho o produto, o meu modelo econômico não vai parar em pé”, comparou. “Isso nos daria uma desvantagem muito grande em relação a outras empresas, por exemplo, que fazem ofertas para blocos do pré-sal. A nossa independência, no sentido de definir o que é a melhor política de preços para a companhia, está preservada.”
Já a chefe da Assessoria Especial de Assuntos Econômicos do Ministério de Minas e Energia, Marisete Fátima Pereira, salientou que a questão sobre os preços dos combustíveis não está encerrada. O governo busca uma equação que atenda aos anseios dos caminhoneiros sem afetar a meta fiscal.
“Estamos buscando o diálogo de forma que evolua, a economia volte a funcionar, porque está uma situação delicada”, ressalvou Marisete.
Adesão
Na tarde dessa quarta-feira, o Sindipetro-NF (Sindicato dos Petroleiros no Norte Fluminense) atualizou o quadro de adesão na Bacia de Campos à greve de 72 horas da categoria. O balanço aponta que 25 plataformas participam da paralisação, de um total de quase 50, mas apenas seis estão com a produção paralisada, enquanto quatro já estavam em fase de manutenção, fora da linha de produção.
Dntre as 25 plataformas mobilizadas, 15 foram entregues em operação ao contingente mínimo da Petrobras, outras sete foram entregues paradas, sendo que quatro estão em manutenção e três em razão da equipe de contingência da companhia não ter como operar as plataformas. As outras três tiveram adesão porque as equipes de petroleiros programadas para assumir as plataformas decidiram não embarcar nos helicópteros que as levariam para alto-mar.
De acordo com o sindicato, a greve de 72 horas tem um “caráter de advertência”. A categoria já aprovou para o dia 12 de junho uma nova assembleia, a fim de avaliar se os petroleiros entrarão em greve por tempo indeterminado.
