Segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 16 de fevereiro de 2023
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou a dolarização dos preços dos combustíveis no Brasil, ao dizer que a Petrobras extrai petróleo “em reais” e importa gasolina e diesel “pagando em dólar”. Ao fazer o comentário, Lula disse que seu governo veio “para mudar as coisas”.
Desta vez, o chefe do Executivo não fez menção à política de preços da companhia, que desde o governo Michel Temer adotou como referência o valor do barril de petróleo no mercado internacional. Em discurso no Palácio do Planalto, ele fez menção ao fato de a empresa exportar petróleo cru em vez de derivados, um problema que se deve à falta de refinarias no País.
“Foram grandes investimentos em pesquisa para que a gente pudesse dar esse salto de qualidade, e o que eles fizeram? A Petrobras que era tida para nós como passaporte do futuro para a gente exportar derivados, a gente está exportando óleo cru e a gente está importando gasolina e óleo diesel de outro país pagando em dólar, quando a nossa gasolina e nosso petróleo é extraído em reais”, disse.
“Então, nós viemos para mudar as coisas. É importante vocês saberem que muita coisa vai mudar nesse país. É importante vocês saberem que as pessoas passarão a ser tratadas com decência.”
Conselho de Administração
O presidente Lula discutiu com o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, e o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, os nomes que vão compor o conselho de administração da estatal.
De acordo com integrantes do governo, Lula bateu o martelo sobre os nomes que serão indicados. A intenção do governo é indicar nove dos 11 nomes do conselho. Hoje, o governo tem oficialmente seis cadeiras, mas quer ampliar esse controle – que foi reduzido no ano passado, durante a gestão Jair Bolsonaro.
A lista de indicados está passando por checagem da Casa Civil da Presidência da República e, por isso, ainda não foi divulgada.
Entre os nomes discutidos pelo governo nos últimos dias, estão o economista Eduardo Moreira, a professora da UFRJ Suzana Khan e o presidente da Fiesp, Josué Gomes. Após indicar os nomes, eles precisam ser aprovados na assembleia geral de acionistas para serem empossados. O governo é o acionista majoritário da empresa.
Com maioria no Conselho, o governo Lula pretende iniciar as mudanças que pretende fazer na empresa, como rever a política de preços da estatal (que hoje atrela todo o combustível interno aos valores do dólar e do barril de petróleo) e murar a diretoria (que depende de aval dos conselheiros.
O governo também avalia mudar a política de distribuição de dividendos para aumentar os investimentos na companhia.