O presidente Jair Bolsonaro afirmou que os preços dos combustíveis não devem sofrer reajuste imediato em razão da quebra de produção na Arábia Saudita no sábado passado, após ataques a campos petrolíferos da estatal saudita Aramco. As informações são do jornal Valor Econômico e da Agência Brasil.
“Conversei com o presidente da Petrobras [Roberto Castello Branco] e não deve mexer no preço dos combustíveis”, disse ele durante entrevista à TV Record, exibida na noite de segunda-feira.
Bolsonaro não deu mais detalhes sobre o impacto que o não repasse da alta nos preços do petróleo em nível global poderá trazer para a Petrobras. Somente na segunda-feira, o preço do barril subiu 14%, maior alta desde a Guerra do Golfo, no início dos anos 1990, levando a cotação a quase US$ 70.
O jornal Valor Econômico apurou que a companhia segue monitorando o comportamento do petróleo no mercado internacional, mas que decidiu não reajustar os preços logo no primeiro dia após a elevação da cotação internacional, devido à alta volatilidade.
A política de preços da empresa prevê o alinhamento dos preços dos combustíveis à paridade internacional, mas não define uma periodicidade para que os reajustes sejam aplicados.
Mercado internacional
O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta terça-feira (17), que quem resolve questões relacionadas ao preço do petróleo é a Petrobras. A afirmação do ministro ocorre depois que a estatal informou, por meio de nota, que está monitorando o mercado internacional do produto, em função de ataques a refinarias na Arábia Saudita.
“Petróleo quem resolve é a Petrobras. Preço de petróleo é com a Petrobras”, disse Guedes chegar ao Ministério da Economia, após uma reunião com o presidente Jair Bolsonaro, na tarde desta terça-feira.
Logo depois dos ataques aéreos à refinaria de Abqaiq, o governo da Arábia Saudita revelou que sua produção diária caiu para cerca da metade. Na abertura dos mercados, a repercussão dos ataques resultou na elevação dos preços internacionais do petróleo.
De acordo com a Petrobras, por enquanto, não há previsão de reajuste de preços nos produtos negociados pela estatal, como os combustíveis e derivados de petróleo.
Segundo a Petrobras, a cotação internacional do petróleo apresenta volatilidade e a alta súbita de preços “pode ser atenuada na medida em que maiores esclarecimentos sobre o impacto na produção mundial sejam conhecidos. A Petrobras decidiu por acompanhar a variação do mercado nos próximos dias e não fazer um ajuste de forma imediata”, diz a nota.