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Geral A Petrobras pediu desculpas a 2 mil funcionários investigados

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A empresa tenta conter a greve com pagamentos "aos que estão atuando para a continuidade das atividades da companhia". (Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil)

A  Petrobras está enviando carta de desculpas a dois mil empregados que foram investigados ou participaram do processo  de investigações internas realizadas pela companhia nos últimos cinco anos, e que não tiveram qualquer irregularidade descoberta, mas que não receberam qualquer esclarecimento da companhia.

A  informação foi dada nesta segunda-feira (9) pelo presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, que pediu desculpas em público, durante evento da Petrobras, no Rio, no dia Internacional do Combate à Corrupção.

De acordo com Castello Branco, a empresa adotou fortes regras de governança a partir da deflagração das investigações da Operação Lava-Jato, mas a aplicação dessas regras “passou a ser excessiva”.

“E em vez de investigar e punir as pessoas que realmente cometiam atos dolosos, inocentes foram perseguidos. Resultado disso é que estamos entregando cerca de duas mil cartas pedindo desculpas  às pessoas envolvidas e a seus familiares pelos danos causados. Por isso, aproveito esta oportunidade para pedir desculpas pessoalmente, como presidente  da companhia, em nome da Petrobras a todos aqueles que foram injustiçados e seus familiares”, afirmou.

E acrescentou:

“Sei que isso não é suficiente, que não vamos apagar da mente das pessoas aqueles momentos que estão no passado. É muito importante um pedido público de desculpas a todos que foram vítimas do que eu chamo de “jacobinismo”. O excesso levando a erro do outro lado”, ressaltou Castello Branco.

Posteriormente, a Petrobras esclareceu que as pessoas que estão recebendo as cartas de desculpas  não foram apenas necessariamente alvo de investigação por parte da empresa, mas participaram de procedimentos investigatórios desde 2015 até este ano.

“Podem ter sido simplesmente ouvidas como testemunhas, por exemplo.”

Estão incluídos funcionários de vários  níveis  desde cargos de de chefia a cargos não comissionados. De 2015 até o momento, a Petrobras teve quatro presidentes: Aldemir Bendine, Pedro Parente, Ivan Monteiro e Castello Branco (desde janeiro de janeiro de 2019).

Para Castello Branco,  a corrupção gera distorções que impedem o desenvolvimento da economia do País, acrescentando que ela também mata porque priva o governo de recursos para usar em fins sociais, como na saúde pública.

“A Petrobras, durante uns 15 anos, foi vítima de uma organização criminosa que a saqueou. Somente da força-tarefa da Lava-Jato em Curitiba recebemos R$ 4,2 bilhões. Mas a corrupção tem outros efeitos negativos com subestimações nas próprias perdas financeiras”, ressaltou Castello Branco.

O diretor de Governança da Petrobras, Marcelo Zenkner, explicou que a Petrobras está promovendo uma série de mudanças em seu programa de governança para torná-lo mais flexível, mas mantendo  as medidas de segurança para evitar novos casos de corrupção.

Segundo ele, as mudanças visam a aprimorar o programa para tornar a empresa mais ágil e permitir o seu desenvolvimento com menos amarras.

“Nós constatamos que havia um grande número de procedimentos arquivados dos quais não se comprovou qualquer responsabilidade. São empregados que foram investigados, prestaram sua colaboração, e não tomaram conhecimento do arquivamento, da finalização  dessas investigações. Então, o objetivo das cartas é exatamente indicar a esses empregados  que nós chegamos  à finalização desses procedimentos sem qualquer tipo de responsabilização, e pedir desculpas pela demora em prestar essas informações”, destacou o diretor.

“Agora nós já conseguimos  identificar onde estavam as falhas, conseguimos expurgar da companhia as pessoas que, de alguma forma, se envolveram com fraudes. Então agora temos condições de tornar a companhia mais ágil, mais veloz  para que possa competir com os grandes players do mercado internacional”, ressaltou o diretor de Governança.

Mas o diretor destacou que  as normas de segurança continuarão rígidas.

“De forma alguma haverá relaxamento de regras,  o que vai haver agora é uma evolução, um aprimoramento  no sentido de mantermos  nos controles internos os padrões já alcançados, mas com uma velocidade maior e um poder  de resposta que possa colocar a Petrobras em condições de competir com o mercado internacional”, ressaltou Marcelo.

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