Domingo, 12 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 18 de março de 2020
Diante das fortes quedas no preço do petróleo no mercado internacional, a Petrobras comunicou que vai reduzir em 12% o preço da gasolina e em 7,5% o óleo diesel em suas refinarias a partir desta quinta-feira (19).
Somente neste ano, o preço do barril de petróleo tipo Brent, negociado na Bolsa de Londres, acumula desvalorização de 56,4%. No início de 2020, o barril era vendido a 66 dólares. No fechamento dos negócios da última terça-feira, estava em 28,73 dólares.
Na semana passada, a estatal já tinha anunciado um corte nos preços. Na última quinta, dia 12, o corte foi de 9,5% na gasolina e 6,5% no diesel.
A queda acentuada nos preços está ligada à pandemia do novo coronavírus. Uma vez que muitos países estão em quarentena generalizada (Espanha e França, por exemplo) e o surto começou na China, uma das economias que mais demanda commodities, a demanda por petróleo fica mais restrita.
“A Petrobras repassou mais uma queda nos preços devido ao preço do Brent. A política é válida e justa para manter crível sua política de preços flexíveis. Se ela não abaixar nessas situações, o mercado perderia confiança na governança, o que hoje, é o principal pilar da empresa para sua recuperação”, avaliou Ilan Arbetman, analista da Ativa Investimentos.
A medida, entretanto, não reflete uma queda imediata para os consumidores. A redução para os consumidores depende da quantidade de combustível que os distribuidores têm armazenado, impostos, margem de lucro, entre outros.
Os valores finais aos motoristas dependerão de cada posto e distribuidor de GLP, que acrescem impostos, taxas, custos com mão de obra. Além disso, o mercado brasileiro é baseado na livre concorrência, fazendo com que cada empresa cobre o que achar melhor, segundo explica a Petrobras.
“Os preços para a gasolina e o diesel vendidos às distribuidoras têm como base o preço de paridade de importação, formado pelas cotações internacionais destes produtos mais os custos que importadores teriam, como transporte e taxas portuárias, por exemplo. A paridade é necessária porque o mercado brasileiro de combustíveis é aberto à livre concorrência, dando às distribuidoras a alternativa de importar os produtos. Além disso, o preço considera uma margem que cobre os riscos (como volatilidade do câmbio e dos preços).”
De acordo com pesquisa semanal da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), entre os dias 8 e 14 de março, os preços médios ao consumidor no país para a gasolina era de R$ 4,515. Para o diesel, o preço médio era de R$ 3,618.