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A Polícia Civil gaúcha desarticulou esquema de falsificação de vacinas contra a gripe na Região Norte do Estado

Investigação foi motivada por desconfianças em relação ao produto. (Foto: Divulgação/Polícia Civil)

A Polícia Civil deflagrou em Passo Fundo (Região Norte do Estado), na manhã desta terça-feira (5) uma operação contra a falsificação de doses da vacina contra a gripe no Rio Grande do Sul. Intitulada “Anticorpo”, a ofensiva prendeu preventivamente um empresário e um distribuidor de medicamentos. Também foram cumpridos mandados de busca e apreensão em três endereços ligados ao esquema.

De acordo com o titular da Decor (Delegacia de Polícia de Combate à Corrupção), Max Otto Ritter, a investigação foi iniciada no dia 24 de abril, a partir de denúncia encaminhada por um laboratório sobre a venda de frascos contendo falsas doses da vacina tetravalentes (contra quatro diferentes tipos de vírus influenza). Os criminosos agiam em nome da empresa para fornecer o produto a diversos clientes.

“Trata-se de um crime gravíssimo, hediondo, até porque não se sabe o que está sendo ministrado às pessoas”, ressaltou o delegado. Ainda segundo ele, o esquema vinha motivando desconfianças também por parte das autoridades, já que um dos envolvidos teria cometido uma falha grotesca ao fazer um comentário para um comprador: “O produto é bom, pode ser aplicado mais de uma vez”.

A Secretaria Municipal da Saúde de Coxilha, na mesma região, foi um dos lesados (adquiriu aproximadamente 300 doses), em uma lista que abrange lotes adulterados também nas cidades gaúchas de Água Santa, David Canabarro e na já mencionada Passo Fundo. Ainda não se tem uma dimensão do volume total de doses da falsa vacina produzidas e vendidas, assim como não se sabe, por enquanto, a extensão de seu fornecimento ou da composição do produto.

Já se sabe, porém, que o golpe contra a saúde pública também atingiu farmácias e consumidores avulsos, ou seja, pessoas físicas que pagaram pelo produto nestes estabelecimentos – ao menos uma pessoa recebeu injeção com o produto inócuo.

Outros medicamentos

Nos três endereços onde a Polícia Civil cumpriu mandados de busca e apreensão também havia lotes de medicamentos sem indicação de procedência, incluindo itens de venda controlada, bem como documentos e outros materiais capazes de comprovar a ação do grupo. O esquema criminoso, que envolve uma série de agravantes, segue sob apuração.

“Esse tipo de falsificação e estelionato assumem um aspecto ainda mais preocupante em uma época na qual enfrentamos uma crise com a pandemia do coronavírus”, finalizou o titular da Decor. “O Estado e os municípios precisam imunizar as pessoas contra o vírus influenza, ainda mais agora que o frio se aproxima, tornando fundamental a imunização.”

(Marcello Campos)

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