Sexta-feira, 07 de fevereiro de 2025
Por Redação O Sul | 18 de junho de 2019
Na tarde dessa terça-feira, a Deam (Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher) prendeu preventivamente o segundo homem envolvido no estupro de uma mulher que estava nua e desacordada dentro de um carro na avenida Baltazar de Oliveira Garcia, na Zona Norte de Porto Alegre. O crime foi cometido na madrugada de 27 de maio.
Ele já havia sido ouvido no inquérito da Polícia Civil e negou participação no abuso. No entanto, análises realizadas pelo IGP (Instituto-Geral de Perícias) indicaram que uma manta utilizada pela vítima continha traços de sêmen compatível com o do suspeito. Após novo interrogatório, o homem foi encaminhado ao sistema carcerário.
No dia 2 deste mês, um motoboy autônomo de 47 anos, apontado como responsável pelo estupro se entregou à Deam, acompanhado de seu advogado. Ele prestou depoimento em que confessou a sua responsabilidade pelo abuso sexual e a divulgação de imagens do ato – que filmou com o celular – por meio do aplicativo WhatsApp.
A gravação “viralizou” nas redes sociais, mostrando a mulher sentada no banco do carona do veículo, parado em plena avenida. Ao seu lado, no assento do motorista, um homem também aparecia inconsciente (porém vestido), em um provável caso de embriaguez ao volante.
O interrogado recebeu voz-de-prisão pelos crimes de estupro de vulnerável, divulgação de cena de estupro e furto qualificado pelo concurso de agentes. Isso porque, além de manipular os genitais da mulher e ejacular em seu corpo, ele e o outro indivíduo furtaram bebidas do interior do veículo.
Em caso de condenação, a sentença pode chegar a 15 anos para o crime de abuso sexual de vulnerável e de cinco anos para a divulgação e compartilhamento das imagens.
As vítimas
Menos de 48 horas após o crime, a mulher registrou a ocorrência policial. Em seu depoimento à Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher, ela relatou que estava com um cobertor sobre o corpo nu, por ter sujado as roupas durante uma festa na cidade de Guaíba, em que ela e o motorista haviam ingerido grande quantidade de bebidas alcoólicas.
“O agressor é que expôs o corpo dela”, detalhou a delegada Tatiana Bastos. A BM (Brigada Militar) contribuiu para a identificação do primeiro suspeito. “Quando a viatura chegou ao local, o motoboy ainda estava lá, sendo possível que ele mesmo tenha acionado os policiais, conforme relatório da ocorrência.”
Além do abuso em si, a mulher relatou ter sofrido grande abalo psicológico com as imagens. Sem saber que havia sido filmada, ela só teria tomado conhecimento do vídeo constrangedor ao receber em seu celular o material, que provavelmente alcançou milhares de usuários do WhastApp.
(Marcello Campos)