A Polícia Civil concluiu o inquérito policial que apurava o crime de lavagem de dinheiro no âmbito da Operação Clivium. A investigação, relacionada ao tráfico de drogas na Região Metropolitana de Porto Alegre, iniciou em 2014. Foram identificados e presos mais de cem integrantes da organização criminosa, que atuava principalmente em Gravataí e Cachoeirinha.
Segundo o delegado Eduardo Hartz, durante a fase de lavagem de dinheiro, o procedimento contou com mais de 8 mil folhas e resultou no indiciamento de 11 pessoas. “Apurou-se que um montante de aproximadamente R$ 1.175.000 foram lavados, através da aquisição de oito casas, dois apartamentos, dois terrenos, 17 automóveis, dois caminhões, uma motocicleta e um ponto comercial. Todos os bens foram adquiridos com recursos oriundos do comércio ilegal de entorpecentes, sendo a imensa maioria ocultada em nome de laranjas”, destacou o delegado.
O delegado Marco Antonio Duarte de Souza salientou que o inquérito principal foi desmembrado em mais de 50 inquéritos autônomos e teve diversas fases investigativas e operacionais. “Destacou-se a operação do dia 25 de junho de 2015, quando foram cumpridas cerca de 200 ordens judiciais de prisão e busca e apreensão, com a participação de mais de 600 policiais”, disse o delegado.
De acordo com o delegado Endrigo Marques, a investigação especializada focada na descapitalização do crime organizado, que é uma diretriz da Polícia Civil, contou com o apoio do Laboratório de Tecnologia Contra a Lavagem de Dinheiro. Os principais líderes e gerentes do grupo criminoso continuam presos preventivamente desde 2015.
Polícia Federal
No fim do mês passado, a PF (Polícia Federal) deflagrou a Operação Laços de Família com o objetivo de combater os crimes de tráfico internacional de drogas e lavagem de dinheiro cometidos, segundo a corporação, por “uma forte e pujante” organização criminosa que tinha o seu foco principal de atuação a partir da fronteira do Mato Grosso do Sul com o Paraguai.
Cerca de 211 policiais federais participaram da ação, que contou com o apoio da Receita Federal e ocorreu simultaneamente nos Estados do Mato Grosso do Sul, Paraná, São Paulo, Goiás e Rio Grande do Norte. A Justiça Federal da 3ª Vara de Campo Grande (MS), em atendimento à representação da PF, expediu contra a quadrilha 20 mandados de prisão preventiva, dois de prisão temporária, 35 de busca e apreensão em residências e empresas, 136 de sequestros de veículos terrestres, sete de sequestro de aeronaves (helicópteros), cinco de sequestro de embarcações de luxo e 25 de sequestro de imóveis.
Também foi decretado o sequestro geral de todos os bens de 38 investigados, em todo o território nacional, inclusive em nome de suas empresas de fachada. Conforme a PF, a organização criminosa “tinha traços de um clã, de forma assemelhada à máfia, eis que seus principais cabeças eram de um mesmo grupo familiar e tinha estreita ligação com a facção criminosa paulista PCC”.