Vinte e nove pessoas ficaram feridas em uma explosão dentro um metrô lotado na estação de Parsons Green, em Londres, na manhã nesta sexta-feira (15). Nenhuma vítima corre o risco de morrer, de acordo com os serviços de emergência.
A polícia trata o incidente como terrorismo, o que torna a explosão desta sexta o quinto ataque terrorista do ano no Reino Unido. O Estado Islâmico, por meio de sua agência Amaq, reivindicou a autoria da explosão horas após ela acontecer.
Um suspeito teria sido identificado, segundo a imprensa local, mas ninguém foi preso. A estação fica na District line, que leva ao bairro de Wimbledon, onde é realizado o torneio de tênis mais importante do mundo.
Não há ainda informações sobre as circunstâncias da explosão, que aconteceu às 8h20 (4h20, no horário de Brasília). Um repórter do jornal “Metro”, de Londres, disse ter visto pessoas com queimaduras no rosto, de acordo com o “The Guardian”. O serviço de resgate levou 19 pessoas para receber atendimento em hospital e outras dez procuraram cuidados médicos por conta própria.
As imagens divulgada pela imprensa mostram um balde branco em chamas dentro de um saco de supermercado, porém a explosão não prejudicou aparentemente a estrutura do vagão. Segundo as autoridades antiterrorismo, o “artefato improvisado” explodiu parcialmente.
O incidente provocou pânico em usuários do metrô, provocando correria e tumulto. Louis Hather, de 21 anos, estava no vagão onde o dispositivo explosivo improvisado explodiu. Ele, que ia para o trabalho, viu as pessoas saíram gritando e correndo pelas escadas.
Ferido na perna na confusão, ele conseguiu sair para a rua, onde “as pessoas choravam”. “O ar cheirava plástico queimado”, disse. Chocado, ele descreveu “uma mulher levada numa maca para uma ambulância com queimaduras por todo o corpo”.
O passageiro Peter Crowley, que falava ao telefone quando disse ter ouvido um barulho alto ao lado da porta do vagão do metrô, disse à BBC ter sentido uma bola de fogo sobre a sua cabeça, que queimou o seu cabelo. “Vi um senhor com o rosto bastante queimado e muitas pessoas em choque”, contou.
Charlie Craven, de 30 anos, se preparava para pegar a linha District para a City, o coração financeiro de Londres quando ouviu a explosão. “Eu olhei ao meu redor e a primeira coisa que vi foi uma espécie de luz laranja, como nos filmes. Pessoas gritavam sem saber o que estava acontecendo”, relata à AFP, com as mãos ainda trêmulas.
Mais de 250 foram retirados da estação logo após o incidente.
Investigação
O atentado acontece em um contexto de grande ameaça terrorista no Reino Unido, após uma onda de ataques reivindicados pelo grupo Estado Islâmico nos últimos meses no país, segundo a France Presse.
O comando antiterrorista de Scotland Yard, S0 15, assumiu a liderança na investigação e mobilizou centenas de investigadores nas buscas pelo terrorista. A polícia fez um apelo para que os passageiros compartilhem vídeos na tentativa de identificar algum suspeito.
A primeira-ministra britânica, Theresa May, irá se encontrar com o comitê de emergência do governo ainda nesta tarde para discutir o incidente. Em entrevista para BBC, ela condenou o ataque covarde e afirmou que o artefato tinha a intenção de causar um dano significante.
“Meus pensamentos estão com os feridos no Parsons Green e os serviços de emergência que estão respondendo bravamente a este incidente terrorista”, disse no Twitter.
Os arredores de Parsons Green, localizado no bairro rico de Fulham, onde muitas famílias francesas se instalaram devido à proximidade das escolas francesas, foram imediatamente isolados pela polícia, segundo a France Presse. Cães farejadores também foram levados ao local.
O tráfego na District Line está interrompido entre as estações Earl’s Court e Wimbledon e também e entre as estações Kensington e Edgware Road. A linha tem severos atrasos em outros trechos. A Transport for London (TfL), que opera o Metro da capital britânica, pediu aos usuários do metrô que evitem o local e busquem outras alternativas de transporte.
O prefeito de Londres, Sadiq Khan, informou que a segurança foi reforçada em toda a cidade. (AG)