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A Polícia Federal está prestes a concluir o inquérito sobre a tentativa de golpe pelos ataques ocorridos em 8 de janeiro

Anúncio de governo federal sobre carreiras ligadas à Defesa gera críticas e incômodo na corporação. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

A Polícia Federal deve concluir em setembro o inquérito que apura a tentativa de golpe pelos ataques do 8 de janeiro. Com a conclusão desse relatório, a PF terá encerrado todo o rol de investigações abertas contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, depois de um desfecho também nos casos de fraude no cartão de vacinas e das joias sauditas.

Além de Bolsonaro, a investigação tem como alvos:

– ex-ministros de governo — entre eles generais, como Braga Netto (Defesa) e Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional) –,

– ex-comandantes das Forças Armadas,
advogados,
– e blogueiros.

Sem citar nomes, investigadores afirmam que haverá indiciamentos. O relatório vai trazer o detalhamento dos atos criminosos e a atuação individualizada dos investigados. Vários prazos de conclusão já foram estimados para este inquérito.

Já houve expectativa de finalizar em julho e agosto, por exemplo. Mas, nos últimos meses, a PF incluiu novas informações, como o compartilhamento de provas da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).

Na avaliação de integrantes da PF, agora o relatório está muito perto de ficar pronto, o que deve ocorrer no próximo mês.

Em meio às especulações de que poderia haver prisões junto com os indiciamentos, há um entendimento na PF de que nenhuma ação policial pode interferir nas eleições. Alinhada a isso, a Procuradoria Geral da República (PGR), responsável por formalizar as denúncias após a conclusão do inquérito, também tem sinalizado que medidas mais duras ficariam para depois das eleições.

Um investigador da PF ressalta que, “no momento oportuno”, as prisões dentro desse inquérito irão ocorrer.

O relatório da Polícia Federal vai detalhar os atos criminosos cometidos e a participação de cada investigado, com base em novas evidências coletadas, inclusive a partir de provas compartilhadas pela Abin.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), é o relator do caso.

Última Milha

Ao menos dois dos investigados presos, em 11 de julho, na Operação Última Milha tinham conhecimento sobre a existência de uma minuta de decreto para promover um golpe de Estado, que poderia ser assinada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro.

A Última Milha, tocada pela Polícia Federal, apura uma suposta estrutura paralela de espionagem montada na Agência Brasileira de Inteligência (Abin), que teria como objetivo monitorar ilegalmente adversários pessoais e políticos do clã Bolsonaro.

A “minuta do golpe” é alvo de um outro inquérito, que tem como alvo o ex-presidente Jair Bolsonaro e assessores próximos. As duas investigações tramitam sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Uma das bases da investigação sobre a Abin paralela são os diálogos mantidos entre o militar Giancarlo Gomes Rodrigues e seu superior, o policial federal Marcelo Araújo Bormevet. Os dois eram os responsáveis por operar diretamente o programa First Mile, adquirido pela Abin e capaz de monitorar o posicionamento geográfico de aparelhos celulares sem ser detectado pelo sistema de telefonia.

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