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A Polícia Federal investiga um coronel da Brigada Militar que teria colaborado com uma empresa de bitcoins

Investigações referem-se a desvios em contratos na área da saúde envolvendo organizações sociais. (Foto: Divulgação/PF)

Um coronel da Brigada Militar pesquisou dados no Sistema de Consultas Integradas para verificar se sócios de uma empresa responsável pela comercialização de bitcoins, a Indeal, estavam sendo investigados ou sob risco de serem presos. A ação foi descoberta pela PF (Polícia Federal) no decorrer da análise de mídias apreendidas na Operação Egypto, feita em maio e que prendeu 10 sócios da empresa.

No material investigado, conversas entre uma advogada da empresa, Veridiana Fumegalli Paiva, e o coronel da BM, Régis Rocha da Rosa, aponta uma suposta extorsão que estaria sendo praticada por policiais civis de Novo Hamburgo contra os empresários. A advogada procurou o coronel para pedir que ele verificasse se seus clientes estavam sendo investigados ou correndo risco de serem presos.

As mensagens de WhatsApp apreendidas pela PF indicam que a advogada marcou encontro pessoal com o coronel, que é diretor do Departamento de Comando e Controle Integrado da SSP (Secretaria de Segurança Pública), para tratar do assunto. A reunião teria acontecido na sede da SSP, no Centro de Porto Alegre. Depois da conversa, em fevereiro deste ano, a advogada enviou mensagem a um dos sócios da Indeal atestando que fora feita pesquisa com os nomes de cinco sócios e que não havia nenhum risco de prisão.

No entanto, o favor prestado pelo coronel não teria sido de graça. Em depoimento à PF, a advogada disse que depois de fazer a consulta e dar a informação de que os sócios da Indeal não estavam prestes a ser presos, o oficial da BM demonstrou interesse em saber como funcionava os investimentos na plataforma da empresa.

Possível ataque frustrado

A PC (Polícia Civil), através da Delegacia de Polícia de Nova Santa Rita, com o apoio da Brigada Militar, frustrou um possível ataque a uma escola no município. Um adolescente foi identificado como mentor intelectual de um atentado que ocorreria no mês de outubro. Segundo a investigação, o suspeito planejava executar o ataque até a data de seu aniversário.

Segundo o delegado Mario Souza, durante monitoramento do investigado, foram identificados perfis em redes sociais que eram abastecidos com propaganda nazista, manifestações xenofóbicas e racistas, além de farto material que fazia apologia ao ataque que ocorreu na escola em Suzano, em São Paulo. As ações foram pontuais para frustar de maneira rápida uma possível ação criminosa na cidade.

O major da Brigada Militar Luciano Brum afirma: “Dando prosseguimento ao trabalho integrado entre as forças de segurança da região metropolitana, foi cumprido um mandado de busca na cidade de Nova Santa Rita entre a BM e a PC”.

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