Sexta-feira, 22 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 14 de julho de 2019
Junto com o pedido de mais tempo para investigar o caso Neymar, a Polícia Civil solicitou à Justiça a inclusão no inquérito das imagens do hotel em que Najila Trindade se hospedou na França. O circuito interno do Sofitel Paris Arc De Triomphe gravou o atacante circulando pelos corredores e elevador e os arquivos foram apreendidas pela polícia.
O Judiciário brasileiro precisa dar aval para os investigadores formalizarem um pedido de acesso às imagens. A inclusão desta gravação foi apontada com um dos motivos que levou a delegada Juliana Bussacos a pedir prorrogação do prazo para investigar a denúncia de Najila de que ela teria sido estuprada por Neymar.
A palavra final para a Polícia Civil ter autorização em fazer o pedido é da Justiça. Antes, o Ministério Público que emite um parecer informando se concorda com a solicitação dos investigadores. A análise caberá às três promotoras de Combate à Violência Doméstica que trabalham no caso desde a segunda semana de apuração.
O juiz avaliará o parecer delas e tomará uma decisão. Não existe uma data limite para a manifestação da Justiça. É esperado que no mesmo despacho, ele responda se concorda também com o pedido de mais prazo feito pela delegada. Havia uma expectativa para uma definição rápida, o que não aconteceu. Os pedidos foram feitos em 1º de junho. Mas a tendência é que o Judiciário concorde com as duas solicitações.
As imagens podem ajudar os policiais civis porque apontarão o estado no qual Neymar chegou ao quarto de Najila. A modelo relatou que o jogador estava muito alterado na primeira noite, quando teria ocorrido o estupro. Também é possível avaliar se houve mudança de humor do atacante entre a chegada e a saída dele no quarto de Najila. A existência da gravação foi revelada pelo jornal “L’Équipe”, da França. A publicação ressaltou que a apreensão ocorreu de maneira rápida porque o sistema do hotel apaga as imagens depois de 15 dias.
Imprensa
As declarações de Neymar após um evento de seu Instituto no sábado (13) não foram nada bem digeridas pela imprensa francesa. O jogador brasileiro disse que sua maior memória dentro de um vestiário é a virada do Barcelona sobre o PSG na Liga dos Campeões em 2017.
“Uma nova declaração de guerra no conflito contra o PSG, do qual ele parece determinado, mais do que nunca, a sair. Uma pequena frase que obviamente não vai ajudar você a se aproximar dos fãs do PSG”, escreveu a revista France Football, lembrando que Neymar é esperado nesta segunda-feira para se reapresentar ao PSG após uma semana de atraso – que, segundo Neymar, foi acordado com os dirigentes que, por sua vez, disseram ter sido pegos de surpresa com a ausência dele na reapresentação oficial do clube no início da semana.
Provocação ou constrangimento simples? Em qualquer caso, Neymar, sem dúvida, deixou passar uma oportunidade para ficar calado. Os jogadores sabem controlar suas declarações nestas situações. Neymar preferiu não se esconder. Ou melhor: preferiu provocar”, escreveu o Le Figaro, citando que o 6 a 1 sofrido pelo PSG em 2017 foi o pior momento da história do clube e que Neymar deveria saber disso. “Como se nada tivesse acontecido”, publicou o diário L’Equipe que se mostrou admirado com o fato de Neymar ter disputado partidas no evento do seu patrocinador.