O que escrevi é, com certeza, a minha confissão reiterada de crença – melhor diria, de esperança – na ação da diplomacia e da minha absoluta rejeição da guerra. Ela, que é o momento em que a civilização dita humana, consagra a maior valia (o que ocorre numa esclerose mental) da ARMA; enfim, o direito de matar.
Se pouco se alcançou até agora, com gestões que levavam à decisão de cessar fogo russo, Putin (um Gengis Khan atômico), sem que lhe passe pela cabeça a ideia elementar do significado da PESSOA (valor da pessoa e de respeitá-la como pessoa), jamais entenderá que seriam dois substantivos imprescindíveis na vida humana: a seriedade e a oportunidade. Isso se viu, por exemplo, no ato de abertura da assembleia anual da ONU, considerando o discurso proferido com pessimismo realista pelo Secretário Geral da instituição, António Guterres, que é o mais alto hierarca da entidade supra nacional, que conta com mais de 200 países associados, os quais muitas vezes não conseguem viver porque formados de homens que matam e se matam e tentam se defender e sobrevivem todos (não se sabe até quando).
Nesta nossa civilização, incumbem-se, dependendo das circunstâncias políticas econômicas, podendo desempenhar papel de fraterno, circunstanciadamente, e – outras tantas vezes – o de traidores.
Enfim, da oração final apresentada na assembleia anual da ONU, fazendo uma referência de tantos quantos confrontos internacionais existem, matando e morrendo, ouviu-se a voz da sabedoria e da emoção humana dizendo: “A sensação que temos é a de que a porta do inferno foi aberta”.
Carlos Alberto Chiarelli foi ministro da Educação e ministro da Integração Internacional