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A posse do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, foi amplamente criticada por autoridades políticas brasileiras. Lula não se pronunciou publicamente

Geraldo Alckmin, e ministros de partidos de centro e centro-direita criticaram mais um mandato do presidente que assumiu sob suspeitas de fraude nas eleições. (Foto: Reprodução)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva manteve o silêncio sobre a posse do ditador Nicolás Maduro para seu terceiro mandato na Venezuela. O vice-presidente, Geraldo Alckmin, e ministros de partidos de centro e centro-direita criticaram mais um mandato do presidente que assumiu sob suspeitas de fraude nas eleições. Já setores do PT e do Movimento sem Terra (MST) foram prestigiar o venezuelano.

Entre os petistas presentes estavam o historiador Valter Pomar e Mônica Valente, ambos secretários-executivos do Foro de São Paulo. O também PT enviou outros dois filiados: Camila Moreno e Vera Lúcia Barbosa. Dois dias antes eles haviam participado do “Festival Mundial Internacional Antifascista”.

O governo Lula não reconheceu a vitória de Maduro sobre o opositor Edmundo González Urrutia, porque as atas eleitorais que comprovariam o resultado jamais foram apresentadas. Na avaliação do governo Lula, Maduro não cumpriu o que prometeu no Acordo de Barbados, quando representantes do governo e da oposição venezuelana se comprometeram, no fim de 2023, com eleições livres, justas, transparentes e aceitas por todos.

O Brasil também barrou a entrada da Venezuela no Brics, bloco formado por nações em desenvolvimento, que inclui países como China, Rússia e Brasil.

O chanceler Mauro Vieira vem reforçando que “o Brasil não reconhece governos, reconhecemos Estados”. Motivo pelo qual Lula teria decidido permitir a ida da embaixadora do Brasil em Caracas, Glivânia Oliveira, para a cerimônia de posse de Nicolás Maduro. Ela já fica na cidade.

Desde o início da gestão, Lula vem pisando em ovos quando se trata de manifestações sobre a Venezuela e chegou a criticar o fato de Maduro impedir opositores de entrarem na disputa eleitoral. O presidente se equilibra entre a ala mais radical do PT, que mantém a visão de que Maduro é um representante de um governo socialistas e, por isso, precisa ser defendido, e a ala de seu governo ligada ao centro e à centro-direita.

O vice-presidente, Geraldo Alckmin, lamentou a posse de Maduro, mesmo sem as provas de que ele tenha sido de fato eleito. “Lamentável, né. O Brasil não reconheceu a vitória de Maduro. A democracia civilizatória precisa ser fortalecida”, disse em um café no Palácio do Planalto.

O ministro dos Transportes, Renan Filho, afirmou, em publicação no X, que “a tomada do governo pela força bruta e sem legitimidade precisa ser condenada por todos defensores da democracia”, e que repudia o “truculento regime que se impõe mais uma vez hoje” com a posse de Maduro, a quem chamou de “ditador incansável”.

Já o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, também usou as redes para repudiar a posse do venezuelano, afirmando que o evento é “um ataque aos princípios democráticos”, e que o povo do país “merece liberdade e um futuro de paz e prosperidade”.

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), também se manifestou nas redes sociais e disse que “a posse de Nicolás Maduro afronta a vontade do povo venezuelano e deve ser repudiada, com medidas políticas e econômicas, para que ditaduras não se sintam legitimadas”.

Maduro tomou posse na Venezuela nesta manhã, apesar de evidências de que seu oponente venceu as últimas eleições e em meio a protestos contra seu plano de permanecer mais seis anos no poder. O evento da posse do líder chavista foi organizado pela Assembleia Nacional, também controlada pelo partido governista, no Palácio Federal Legislativo, em Caracas.

A posse de Maduro ocorreu após centenas de manifestantes contrários ao governo tomarem as ruas da capital. Os protestos ocorrem desde quinta-feira. Assessores da líder da oposição, María Corina Machado, denunciaram que ela foi brevemente detida por forças de segurança enquanto participava do protesto. As informações são do Portal o Globo.

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