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A pressão do Supremo para que o Congresso aprove o veto a militares na política

O veto a integrantes da ativa das Forças Armadas é alvo de diferentes propostas no Parlamento. (Foto: Geraldo Magela/Agência Senado)

Na esteira das revelações do relatório da Polícia Federal (PF) sobre o plano bolsonarista de golpe de Estado, ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) tiveram conversas recentes com integrantes do Exército e parlamentares do governo para aproveitar o momento e reativar a discussão da proposta em tramitação no Congresso que veta militares na política.

A ideia, discutida em algumas propostas na Câmara e no Senado, divide opiniões entre os líderes do Parlamento.

Na Câmara, por exemplo, há uma proposta de emenda à Constituição da ex-deputada Perpétua Almeida proíbe a participação de militares da ativa em cargos da administração civil.

Um texto semelhante, de autoria do líder do governo, Jacques Wagner (PT-BA), foi apresentado no Senado. A proposta prevê que, para se candidatar a cargos eletivos, os militares da ativa devem migrar para a reserva não remunerada.

Bolsonaro

A estratégia de defesa de Jair Bolsonaro (PL) é afastá-lo da trama golpista e transferir responsabilidade para os militares, avaliam integrantes das Forças Armadas indiciados pela tentativa de golpe ouvidos pelo blog da jornalista Andréia Sadi, no portal g1, sob anonimato.

“Bolsonaro está rifando os militares”, disse um deles.

O entendimento é uma reação direta à fala do advogado de Bolsonaro, Paulo Cunha Bueno, ao Estúdio i, na última sexta-feira (29).

Na ocasião, Cunha Bueno afirmou que os maiores beneficiários do golpe seriam os integrantes de uma junta militar prevista para ser criada após os assassinatos de Lula (PT) e de seu vice, Geraldo Alckmin (PSB), antes da posse, e do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

“Quem seria o grande beneficiado? Segundo o plano do general Mário Fernandes [um dos indiciados], seria uma junta que seria criada após a ação do Plano Punhal Verde e Amarelo, e nessa junta não estava incluído o presidente Bolsonaro”, disse o advogado do ex-presidente.

A fala de Cunha Bueno faz referência a um gabinete de crise, planejado pelos golpistas, que seria comandado pelos generais Braga Netto e Augusto Heleno, respectivamente ministros da Casa Civil e do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) do governo Bolsonaro.

Também integrariam o órgão o próprio general Mário Fernandes, que era secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência da República, Filipe Martins, ex-assessor de Bolsonaro, e outros civis e militares.

Alguns militares ouvidos, entretanto, rechaçam a versão de que Bolsonaro – por não integrar o gabinete de crise – não seria beneficiário do golpe.

Esses militares alegam que órgão existiria para assessorar uma autoridade – no caso, Bolsonaro. Além disso, ressaltam que dificilmente algum militar daria um golpe no ex-presidente pois todos acreditavam no “projeto de país” que ele vendia.

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