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Mundo A rainha Elizabeth II perdoou três pessoas por seus crimes; uma delas foi o inventor do computador

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Em 2013, a rainha concedeu o perdão ao matemático Alan Turing, punido em 1952 por ser gay. (Foto: Reprodução/ Bank of England)

Um dos raros poderes de verdade que um monarca britânico tem é o do perdão real. Em essência, quem ganha o perdão tem sua sentença comutada. Elizabeth II o usou apenas três vezes. Dois detentos em Gales tiveram a pena diminuída após salvarem um funcionário da penitenciária que havia sido atacado por um javali. A terceira pessoa perdoada foi Alan Turing, o homem sem o qual o computador não existiria.

Esta é uma história inacreditável. E vergonhosa. Turing inventou o computador em sua cabeça, como modelo teórico, aos 23 anos. Foi certamente um dos matemáticos mais brilhantes do século XX. Era professor em Cambridge, aos 26, quando se apresentou ao Exército — a Segunda Guerra havia sido declarada. Por sua mente, designaram-no para trabalhar em Bletchley Park, núcleo de quebra de códigos da Inteligência britânica.

Àquela altura, os nazistas já se comunicavam fazendo uso da Enigma, uma máquina elétrica com rotores, luzes e um teclado. A cada dia, as unidades militares alemãs recebiam um código novo para programá-la. Esse código único embaralhava as frases digitadas numa ponta e as desembaralhava na outra. Quebrá-lo, operação para a qual era necessário fazer inúmeros cálculos, era uma das principais missões da unidade de Turing. Quando conseguiam, já era noite, e no dia seguinte viria um código novo.

O que os matemáticos de Bletchley Park não tinham era uma máquina capaz de fazer cálculos rápidos. Então a construíram. Chamaram-na Colossus. Ela baseava-se nos modelos teóricos de Turing e rodava um programa também baseado em suas ideias. Colossus permitiu aos ingleses por meses ler todas as comunicações nazistas sem que, em Berlim, alguém desconfiasse de que sua portentosa máquina de códigos havia sido quebrada.

Em 1947, quando Turing já era herói nacional pelos feitos na Segunda Guerra, ele apresentou o projeto do primeiro computador capaz de armazenar programas. O smartphone em seu bolso nasceu dessa máquina.

Outro detalhe sobre a vida do gênio, todavia, é que ele era gay em um período em que a homossexualidade era considerada um crime na Inglaterra. Assim, quando foi flagrado por um policial com seu namorado, o matemático foi obrigado a se submeter a um “tratamento hormonal” com estrogênio, ou, em outras palavras, uma castração química.

A punição, oferecida como uma pena alternativa à prisão, acabou deixando o pai da computação depressivo, e eventualmente levando ao seu suicídio. Em 1954, quando tinha apenas 41 anos da vida, Alan Turing, que havia dado enormes contribuições ao seu país e ao mundo, morreu após comer uma maçã envenenada com cianeto.

Foi apenas em 2013, quase 60 anos mais tarde, que a rainha Elizabeth II, realizou o perdão póstumo do matemático pelo “crime” da homossexualidade.

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