Terça-feira, 25 de fevereiro de 2025
Por Redação O Sul | 14 de setembro de 2017
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse nesta quinta-feira (14) que a aprovação da reforma da Previdência é necessária para que o governo consiga cumprir o teto de despesas a longo prazo. “As despesas de 2017 estão dentro do teto, as de 2018 também. É importante aprovar a reforma da Previdência para que seja viável a longo prazo. No curto, é”, afirmou durante um evento em São Paulo.
Segundo Meirelles, sem a instituição do teto de gastos, as despesas primárias do governo (ou seja, descontado o pagamento de juros) chegariam a 25,5% do PIB (Produto Interno Bruto) em 2026. Caso a medida de restringir as despesas seja cumprida nos próximos anos, essa fatia deve cair para 15,5%.
O ministro voltou a afirmar que o País está saindo da crise. “A economia brasileira está saindo de fato da recessão”, disse, emendando que a recuperação não decorre de fatores “cíclicos ou externos”, e sim de medidas de controle fiscal adotadas pelo governo.
Ele também voltou a ressaltar a trajetória de queda da inflação. “Está substancialmente abaixo da meta. Isso aumenta o poder de compra, facilita a recuperação da economia e dá mais espaço para o Banco Central flexibilizar a política monetária”, destacou.
Pré-candidato
Meirelles recebeu na quarta-feira (13), durante almoço com a bancada do PSD na Câmara, convite para ser pré-candidato à Presidência da República pela legenda, à qual é filiado. Por meio de sua conta no Twitter, o ministro afirmou após o encontro que não é pré-candidato.
No almoço, com o objetivo de “aproximar o ministro da política”, segundo o líder na Câmara, Marcos Montes (PSD-MG), os deputados pediram ao ministro que ele seja uma opção de candidato à Presidência nas eleições do ano que vem. Montes destacou que o pedido é da bancada da Câmara e que ainda não é uma decisão fechada do partido.
No Twitter, o ministro da Fazenda afirmou que ficou “muito honrado” com as palavras de todos os deputados do PSD, mas que está “concentrado” em seu trabalho no Ministério da Fazenda “para colocar o Brasil na rota do crescimento sustentado”. “Seguirei debatendo a política econômica com todos os parlamentares”, disse.
Segundo Montes, Meirelles recebeu “com entusiamo a proposta”, mas não confirmou que aceitará a missão. Ele acrescentou, porém, que, se o ministro vier a ser chamado, “temos convicção de que irá aceitar”. “Ele deu um sorriso, e isso é melhor do que duas palavras”, afirmou Montes. Segundo o deputado, “Meirelles autorizou que falemos de política em nome dele”.
Kassab
Nesta quarta, em São Paulo, o ministro da Ciência, Tecnologia e Comunicação, Gilberto Kassab, presidente licenciado do PSD, afirmou que o partido pretende lançar Meirelles como pré-candidato à Presidência.
“Não há partido que não tenha sempre como objetivo primeiro o lançamento de candidatura própria. Inclusive hoje [quarta-feira] o ministro ia almoçar com a nossa bancada. Eu não pude estar presente por conta desse compromisso. Eu incentivei o líder Marcos Monte que fizesse esse convite ao ministro Meirelles”, afirmou Kassab durante o 15º Congresso Brasil Competitivo. (AG)