O relator da proposta da reforma da Previdência na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara, deputado Marcelo Freitas (PSL-MG), foi nesta quinta-feira (4), ao Palácio do Planalto para tratar da articulação política com o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni. “Está tudo sob controle”, afirmou a jornalistas ao chegar.
Freitas informou, ainda, que decidiu incluir no parecer alguns pontos que foram discutidos na CCJ, destacando a reunião de ontem com o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o encontro de hoje com juristas.
“O relatório vai ser um pouco acrescentado para que a gente possa abordar todos os aspectos discutidos na comissão. Não vai ser algo tão longo, não. Na casa de 20 a 25 páginas”, declarou.
Líder do PSL
O líder do PSL na Câmara, Delegado Waldir (GO), fez duras críticas à articulação do governo, reconheceu que faltou estratégia da base na audiência pública realizada na quarta-feira (3), na CCJ com o ministro da Economia, Paulo Guedes, e apontou o dedo para quem, segundo ele, jogou o ministro “na cova dos leões”.
“Quem colocou o Guedes na cova dos leões não foi o Delegado Waldir. Quem colocou foram os partidos que podem fazer a base, o Centrão, sob o comando do Rodrigo Maia. Não fui eu que coloquei ele na cova dos leões”, disse Waldir.
O líder do PSL disse ainda que faltou estratégia na comissão. “Para isso existe liderança do governo. Se está havendo críticas, tem que ser críticas direcionadas a quem tem essa atribuição”, disparou. O líder do governo é o deputado Major Vitor Hugo (PSL-GO), que teve uma atuação tímida ontem na sessão. “Se eu vou lá, articulo e monto uma estratégia, eu estou tomando uma atribuição do líder do governo. Não posso cumprir uma missão que não é minha”, continuou Waldir.
Guedes passou as primeiras cinco horas da audiência de quarta nas mãos da oposição. A lista de inscritos iniciada na semana passada, com predominância da oposição entre os primeiros requerimentos, foi mantida por acordo. “Não foi feita alteração da lista. Eu não posso responder por uma atribuição que não é minha”, disse Waldir.
“Agora, a todo momento na comissão, quando havia qualquer alteração dos partidos da oposição, quem bateu na mesa, quem protegeu o Guedes pessoalmente fui eu. E toda essa estratégia é da liderança do governo”, acrescentou.
O líder do PSL disse que buscou fazer intervenções duras, mas “quando podia”, porque não tinha tempo. Quem fala pela liderança do governo geralmente tem mais tempo que os demais – na audiência desta quinta, por exemplo, o deputado Darcísio Perondi (MDB-RS), que é vice-líder, falou em nome do posto por mais de 10 minutos.
“A estratégia é do governo, integralmente. Em nenhum momento fui procurado pelo governo para definir estratégia na comissão. Meus parlamentares estavam lá. Todos inscritos”, afirmou Waldir.
Ele não quis comentar a ausência da líder do governo no Congresso, deputada Joice Hasselmann (PSL-SP). “É problema do governo. Nós somos PSL (liderança). E eu estava lá, protegi o ministro das agressões”, afirmou.
Waldir defendeu Guedes e disse que o ministro estava “extremamente tranquilo” e sendo respeitoso enquanto a oposição ainda o tratava de maneira respeitosa. “Mas a oposição fez questão de terminar o evento, eles não aguentavam mais ser torturados. Eles estavam sendo torturados pelas verdades que ele (Guedes) estava dizendo”, avaliou.