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Carlos Roberto Schwartsmann A respeito de hospitais, leitos e UTIs: a culpa não é nossa!!!

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A Organização Mundial da Saúde (OMS) sugere 3,2 leitos hospitalares para cada 1000 habitantes. (Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil)

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

Nesta situação inimaginável, a presente pandemia nos remete a refletir sobre a organização da saúde no nosso País. Ela, juntamente com a educação, nunca foi prioridade para os políticos governantes. Logicamente, existiram pontuais exceções.

Na Coreia do Sul há 13 leitos, na Alemanha 8, na França 6, na China 4 e no Brasil 2.

A OMS bem como a AMIB (Associação de Medicina Interna Brasileira) sugere 3 leitos de UTI para cada 10.000 habitantes.

Antes da pandemia, o País possuía 40.000 leitos e deveria ter 68.000.

O estado de São Paulo, com 44 milhões, possuía 10.750 e deveria ter 13.200. O estado do Rio de Janeiro, com 17,5 milhões, possuía 2.037 e deveria ter 5.250. Isto é, deveria ter mais que o dobro!

Isto também aconteceu no Rio Grande do Sul. O Governador em entrevista recente relatou enorme esforço para transformar os 900 leitos em 2300 pós pandemia. O nosso estado, onde vivem 11,5 milhões, deveria possuir 3.450 leitos de UTI.

Como médico, que trabalha pelo SUS há mais de 40 anos, sei que sempre houve luta acirrada por um leito de UTI. Sempre faltaram leitos!! O SUS sempre funcionou no limite!! Os recursos e os investimentos são cada vez menores.

No início desta pandemia, sabedores desta situação, os governadores foram aconselhados a construir hospitais de campanha. Eles são muito importantes para absorver as demandas dos casos mais leves da COVID-19. A média e a baixa complexidade não sobrecarregariam os hospitais já existentes e tampouco as UTI’s. Certamente o número de mortos seria menor!!

Infelizmente, e com muito lamento, registramos que os CONSELHEIROS CIENTÍFICOS dos governantes falharam muito na previsão e no desfecho da pandemia.  Apesar de milhões terem sidos investidos e, para surpresa da população, os hospitais de campanha foram desativados um a um como num jogo de dominó.

Em São Paulo foram desmontados os hospitais do Ibirapuera, Pacaembu, Anhembi, Heliópolis, Osasco, Brasilândia e outros.

Dos 65 hospitais de campanha abertos São Paulo durante a pandemia só 36 ainda estão em funcionamento!!!

No Rio de Janeiro foram fechados os hospitais: Maracanã, São Gonçalo, Lagoa-Barra, Jacarepaguá, Campos, Leblon e outros. O Hospital de Nova Iguaçu, que nunca atendeu um paciente, custou 62 milhões.

O hospital Mané Garrincha no distrito federal foi desativado após 5 meses de funcionamento. Custou 70 milhões de reais!

No Rio Grande do Sul, os hospitais de Canoas e Santa Cruz também foram fechados. O hospital de campanha de Pelotas com 159 leitos, custou 400 mil reais, nunca foi usado e desmontado em 20/07/2020.

Provavelmente o Brasil é o único País do mundo que fecha hospitais compulsivamente. Segundo a Confederação Nacional da Saúde foram fechados 2127 hospitais (dois mil cento e vinte e sete) na última década!!

É bom lembrar que Porto Alegre perdeu 7 hospitais nos últimos 30 anos. O Parque Belém e a Beneficência Portuguesa, que somados possuem +/- 500 leitos, estão parados em APNEIA a espera de um RESPIRADOR!

Senhores Políticos e Governantes, se o sistema de saúde entrou em COLAPSO, certamente a CULPA não é nossa!!!

 

Prof. Dr. Carlos Roberto Schwartsmann – médico e professor

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

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