Mas afinal de contas, o que aconteceu com os gaúchos?
Vivemos momentos difíceis nos últimos anos no Rio Grande do Sul. Saímos de um protagonismo cultural e empreendedor em diversas áreas, para nos tonarmos reconhecidos mundo afora, como um ambiente hostil para negócios.
O Estado “conquistou” essa fama merecidamente. A dificuldade de empreender se apresentava de diferentes formas, como por exemplo, a perda de grandes investimentos para outros estados, além da falta de uma infraestrutura capaz de escoar nossa produção, até serviços básicos e fundamentais sendo afetados por salários atrasados.
Tínhamos até mesmo, representações materializadas no cenário urbano dessa nossa “introspecção” como povo, como sociedade. Basta lembrar que por muitos anos, não conseguíamos sequer utilizar espaços de uso comum, riquíssimos em beleza natural, cultural e potencial econômico, como por exemplo o cais do porto da capital.
Passamos muito tempo travados nessas e em outras discussões, enquanto nossa competitividade afundava cada dia mais e cada vez mais víamos os estados vizinhos prosperando, conquistando melhores índices econômicos, atraindo empresas, inovando, se desenvolvendo e melhorando a vida dos cidadãos.
Esse período deixou marcas, criou uma cultura, tanto nos empresários estabelecidos, mas especialmente nos jovens que queriam empreender ou que chegavam ao mercado de trabalho. Inevitavelmente toda a sociedade foi afetada por essa dinâmica, o que fez com que introjetássemos culturalmente, que de fato, era muito difícil empreender e prosperar por aqui.
Mas o fato é que o sol voltou a brilhar no Rio Grande do Sul. E embora essa seja uma coluna de opinião, isso não é uma questão de opinião, é um fato, ancorado em dados.
Saímos de uma situação fiscal insolúvel, insustentável, sem capacidade de investir no básico, para um Estado capaz de colocar suas contas em dia, projetar e realizar investimentos, ter dinheiro em caixa e o mais importante, criar condições para resgatar a confiança e o espírito gaúcho de protagonismo de atração de novos negócios e de empreendedorismo deste povo tão historicamente aguerrido.
Pensamentos diversos com ressonância e legitimidade na sociedade em diferentes grupos, puderam ser discutidos, avaliados e onde se chegou a um consenso por exemplo que nos trouxe a capacidade de fazer nossa capital olhar para o Guaíba. E isso é citado não como um acontecimento visto com a capacidade de transformar o cenário econômico do Estado, mas sim como um marco de uma mudança de paradigma e a indicação de sinal de novos tempos por aqui.
Os ventos da mudança sopram no Estado com novos negócios surgindo. A força e o talento do empreendedor gaúcho têm se mostrado em segmentos que vão desde a economia tradicional até projetos de tecnologia inovadores. Novas empresas se instalando e o Estado passando novamente a ser berço de grandes projetos.
Além da força do empreendedor e do povo gaúcho, inegavelmente esse novo cenário, também passa pelo fato de termos recuperado o equilíbrio fiscal, por meio de importantes reformas e privatizações de estatais deficitárias e ineficientes, restabelecendo assim, a saúde econômica do estado.
Com as contas em dia e em equilíbrio, nos tornamos competitivos através de programas atrativos de incentivo para novos negócios, dando condições para empresas decidirem se instalar por aqui, impactando o presente e o futuro do nosso Estado.
Nosso agro, motor da economia, cresce a cada ano, em produtividade e em tecnologia, capaz de melhorar o aproveitamento do solo e o desenvolvimento das culturas que despontam no campo.
Estamos mostrando ao Brasil e ao mundo, a força do povo gaúcho, a riqueza do nosso solo e estamos em desenvolvimento de um bom ambiente de negócios. Ações como por exemplo, a disposição do governo em investir meio bilhão de Reais em infraestrutura, oriundos dos cofres gaúchos, dão a segurança e a atratividade necessária para essa mudança de cenário.
Esses avanços não pertencem a uma pessoa, ou a um grupo político, e nem mesmo começaram agora, mas inegavelmente, eles representam uma mudança de mentalidade na sociedade gaúcha e nos nossos líderes, que em diferentes âmbitos (Federal, Estadual e Municipal) convergiram ações para nosso renascimento. É uma conquista do povo gaúcho e seus líderes. Conquistas essas, que devem ser reconhecidas por todos e utilizadas como base para novas façanhas, como historicamente estamos acostumados.
A confiança está recuperada, bons ventos sopram no nosso estado, que possamos seguir em frente gaúchos!!!
Rafael Bechelin – Federasul Divisão Jovem
– Empresário, Administrador, Pós-graduado em Gestão Empreendedorismo e Marketing PUCRS
– Especialista em Smart Cities – Ecole Polytechnique Federale de Lausanne e World Bank Group
– Empreendedorismo em Economias Emergentes – HarvardX
– Liderando Mudanças em Tempos de Disrupção – MITx